Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Egito comemora ‘Sexta-feira da Ira’ com outra grande festa no Cairo

Por Da Redação
27 jan 2012, 17h44

Marina Villén.

Cairo, 27 jan (EFE).- Se há um ano o centro do Cairo foi cenário de uma batalha campal entre manifestantes e forças de segurança, a comemoração daquele fatídico dia, a chamada ‘Sexta-feira da Ira’, teve grandes e festivas passeatas.

Encorajados pela tranquilidade e pelo sucesso da celebração na última quarta-feira do primeiro aniversário da revolução, milhares de pessoas lotaram novamente a emblemática praça Tahrir.

Gente de todas as idades e camadas sociais se reuniram no coração do Cairo, levando bandeiras egípcias e cartazes em lembrança aos mártires da revolução e contra a Junta Militar que dirige o país desde a renúncia do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011.

Continua após a publicidade

Em Tahrir o ambiente era alegre entre as lojas e barracas de comida e bebida para lembrar o decisivo 28 de janeiro da Ira, comemorado hoje por ser uma sexta-feira.

Mas os lanches também deram lugar ao debate e às reivindicações, com o povo ciente de que ainda há um longo caminho a percorrer.

‘Temos que começar de novo porque não confiamos na Junta Militar, que matou muitos dos nossos no último ano’, disse à Agência Efe o jovem Hassan Shehata, membro do grupo Bedaya (Início).

Continua após a publicidade

O jovem não acredita na promessa da cúpula militar de abandonar o poder no próximo dia 30 de junho, depois da eleição do novo presidente.

Enquanto distribuía panfletos que apoiavam a formação de um conselho presidencial civil para substituir os dirigentes militares, Shehata ressaltou que é necessária ‘uma nova revolução porque a anterior não alcançou seus objetivos’.

Tais apelos se reproduziram pela praça em cartazes como ‘Não é um ‘déjà vu’; é a Revolução de 25 de Janeiro 2′, e palavras de ordem como as de um ano atrás, nas quais o nome de Mubarak é substituído pelo do marechal Hussein Tantawi, máxima autoridade do país atualmente.

Continua após a publicidade

O prêmio Nobel da Paz, Mohamed el Baradei, se uniu ao debate, apesar ter renunciado a candidatura à Presidência. Em sua conta no Twitter, Baradei assinalou várias etapas a percorrer, a primeira delas a escolha de um presidente interino pela Câmara Baixa do Parlamento.

‘Após um ano de caos, é chegado o momento de entrar em acordo para corrigir o destino’, acrescentou.

No entanto, a ânsia por revolução e mudança imediata não tomou conta de todos os presentes em Tahrir, onde se percebeu a divisão entre a mera celebração e os atos reivindicativos.

Continua após a publicidade

Entre os partidários estão os seguidores dos Irmãos Muçulmanos e de seu Partido Liberdade e Justiça (PLJ), que compareceram à praça com o espírito de celebrar o êxito da revolução, após terem sido os ganhadores indiscutíveis das recentes eleições legislativas.

Um dos porta-vozes do PLJ, Ahmed Subai, assegurou que seu grupo está ‘ao lado do povo’, mas que agora é o momento de confiar no novo Parlamento.

‘Se o povo decidir por uma nova revolução, vamos apoiá-lo, mas o Parlamento já foi eleito como fonte autêntica de legitimidade e todos temos que nos comprometer com essa escolha’, ressaltou.

Continua após a publicidade

Os seguidores dos Irmãos Muçulmanos foram a Tahrir na última quarta-feira e decidiram ficar na praça até sábado para ‘evitar distúrbios’, detalhou Subai.

Sua presença, no entanto, despertou alguns atritos e os manifestantes os obrigaram a retirar um cartaz no qual se lia ‘O primeiro aniversário da revolução’ ao considerar que o objetivo não é a celebração, mas completar os objetivos da histórica rebelião contra Mubarak.

Apesar das pequenas brigas, a harmonia reinou em Tahrir, em claro contraste com o ocorrido há um ano, quando o regime de Mubarak decretou toque de recolher e pôs o Exército nas ruas, o que marcou o começo do fim de uma era. EFE

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.