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Eduardo, ao receber apoio de chanceler: ‘Já fritei hambúrguer nos EUA’

Questionado se a nomeação poderia ser considerada nepotismo, deputado afirmou que sua assessoria jurídica descartou essa possibilidade

Por Da Redação
Atualizado em 12 jul 2019, 12h28 - Publicado em 12 jul 2019, 12h13

Após se reunir com o chanceler Ernesto Araújo, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou nesta sexta-feira, 12, que recebeu o apoio do ministro para assumir a embaixada do Brasil em Washington. O filho do presidente ainda destacou sua atuação na Comissão de Relações Exteriores da Câmara e o fato de ter feito intercâmbio e até mesmo fritado hambúrguer nos Estados Unidos como qualificações que legitimam sua indicação.

Eduardo se reuniu no Itamaraty com o ministro das Relações Exteriores. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro manifestou sua intenção de nomear o filho para o posto na capital americana.

“Na verdade, eu vim para uma reunião que já estava previamente agendada antes desses fatos que vieram à tona ontem”, disse Eduardo a jornalistas. “Mas obviamente, eu também aproveitei a oportunidade para falar com o chanceler, ele expressou apoio ao meu nome por ocasião da minha possível indicação à embaixada dos Estados Unidos”, afirmou.

O deputado disse que se reunirá com o presidente até domingo, 14, para confirmar a decisão.

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Em entrevista exclusiva publicada na edição desta semana de VEJA, Eduardo Bolsonaro demonstrou certeza de que há uma grande conspiração em andamento para livrar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da cadeia — e o vazamento de mensagens privadas entre o ex-juiz Sergio Moro e os procuradores da força-tarefa da Lava-Jato teria tudo a ver com esse plano.

“Foi uma invasão criminosa com o objetivo político de soltar o ex-presidente Lula. Querem descredibilizar o ex-juiz Sergio Moro para, consequentemente, acabar com a Lava-Jato”, afirma o deputado. “Vai perder as fichas quem apostar na queda do Moro”, disse ainda.

‘Já fritei hambúrguer nos EUA’

Eduardo destacou a atuação que tem na presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara e o fato de ter feito intercâmbio e até mesmo fritado hambúrguer nos Estados Unidos como qualificações que legitimam sua indicação. “É difícil falar de si próprio, né? Mas não sou um filho de deputado que está do nada vindo a ser alçado a essa condição, tem muito trabalho sendo feito”, disse.

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“Sou presidente da Comissão de Relações Exteriores, tenho uma vivência pelo mundo, já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos Estados Unidos, no frio do Maine, Estado que faz divisa com o Canadá, no frio do Colorado, em uma montanha lá. Aprimorei o meu inglês, vi como é o trato receptivo do americano para com os brasileiros”, disse o parlamentar.

Na quarta-feira, dia 10, Eduardo completou 35 anos, idade mínima para um brasileiro assumir uma representação diplomática no exterior.

Ele afirmou hoje que como se trata ainda de uma “expectativa” de indicação, não há necessidade de deixar o mandato parlamentar. “Como está tudo na esfera da expectativa, acho que não há necessidade de sair do mandato, no máximo, talvez, uma licença”, avaliou.

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Eduardo Bolsonaro ressaltou que vai esperar a sabatina no Senado para decidir. “Não vejo nenhum desconforto, não acho que por ser filho do presidente ele vai me colocar numa vida boa na embaixada lá. Negativo. É uma representação do Brasil. Tem a missão de trazer negócios e investimentos”, disse.

Acusação de nepotismo ‘foi descartada’

Questionado se a nomeação poderia ser enquadrada como nepotismo, o deputado afirmou que conversou com sua assessoria jurídica e disse que essa possibilidade foi descartada.

“Foi descartada. A súmula vinculante do STF, que trata do nepotismo, permite a indicação política do presidente, então acredito que isso não seria óbice a uma possível nomeação. ”

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Avesso a protocolos, o presidente Bolsonaro quebrou uma das regras de ouro da diplomacia ao afirmar que seu filho Eduardo “está no radar” para assumir a embaixada em Washington.

O nome do candidato do presidente da República, escolhido em consulta com o Itamaraty, jamais é divulgado antes de o governo receber o “sim” do país onde o embaixador atuará – o chamado agrément.

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Depois, ainda se faz necessária a sabatina do indicado pela Comissão de Relações Exteriores do Senado e também a aprovação de seu nome pelo plenário da Casa. Esses ritos são cumpridos à risca pelos governos, sempre ciosos em não causar situações de constrangimento e atritos diplomáticos.

É bastante improvável que, mesmo com essa gafe de Bolsonaro pai, o filho conhecido como “03” perca o posto em Washington por causa dos rituais diplomáticos. Na visita do líder brasileiro ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em março passado, Eduardo Bolsonaro recebeu um tratamento diferenciado.

Primeiro, entrou na reunião privada de seu pai com Trump no Salão Oval – honraria subtraída do chanceler Ernesto Araújo. Depois, foi elogiado pelo americano diante da imprensa, na entrevista coletiva no Jardim das Rosas. Os três se encontraram novamente na reunião de cúpula do G20 em Osaka, no Japão.

(Com Estadão Conteúdo)

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