Editor do Clarín condena campanha contra a imprensa
Ricardo Kirschbaum disse que na Argentina não ocorre um caso de "censura clássica", mas uma estratégia que procura "disciplinar" os jornalistas
Após a Argentina ser eleita como um dos países das Américas mais hostis ao jornalismo, como apontou um relatório preliminar da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) divulgado neste final de semana, o editor-geral do jornal argentino de oposição Clarín criticou a situação atual da imprensa em seu país. “Na Argentina, está em disputa o direito constitucional de informar sem pressões nem intimidações”, disse Ricardo Kirschbaum, durante um encontro da SIP realizado em São Paulo.
Para ele, na Argentina não ocorre um caso de “censura clássica”, mas uma estratégia que procura “disciplinar” os jornalistas com diversos métodos, como “destruir sua reputação apresentando-os como meros reprodutores de interesses empresariais ou pessoais”.
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“Os editores enfrentam novos desafios, aqueles que são apresentados a todo o jornalismo. Mas estamos presos em uma questão central: a diferença entre as regras e os valores da democracia e da manipulação destes valores por governos que se dizem democráticos”, disse, referindo-se a governos como de Cristina Kirchner, mas também de Hugo Chávez, na Venezuela, e de Rafael Correa, no Equador, que já bateram de frente com a imprensa.
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