Editor de revista LGBT é espancado até a morte em Bangladesh
Na semana passada, um professor universitário foi morto por extremistas em outro de uma série de ataques contra ativistas liberais no país
O ativista de direitos dos homossexuais e editor da única revista LGBT de Bangladesh, Xulhaz Mannan, foi agredido até a morte, segundo informações da rede BBC. O ataque aconteceu em seu apartamento na cidade de Dhaka, onde também foram encontradas outra vítima fatal e uma pessoa ferida.
Mannan era editor da publicação Roopban e trabalhava na embaixada dos Estados Unidos, de acordo com amigos. A embaixadora americana no país, Marcia Bernicat, condenou a violência e insistiu que o governo de Bangladesh deve punir os responsáveis com urgência.
Desde fevereiro de 2015, extremistas assassinaram diversos escritores ateus e membros de minorias religiosas. Embora oficialmente laico, Bangladesh é um país de maioria muçulmana, e críticos acreditam que o governo tem falhado em prevenir os ataques a minorias liberais. No início de abril, um estudante de Direito também foi morto após defender o Estado laico em publicações online.
Segundo a BBC, escritores da revista Roopban tentam proteger suas identidades, mas não imaginavam que suas vidas estariam em risco. Manter relações homossexuais é crime em Bangladesh, e o assunto ainda é extremamente polêmico no país.
Prisão de agressor – A polícia de Bangladesh anunciou neste domingo, dia 24, a detenção de um estudante de 21 anos, relacionado com o assassinato a facadas do professor de inglês Rezaul Karim Siddique. Apesar de o crime ter sido reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), a unidade antiterrorista de Bangladesh rejeita a possibilidade de o EI ser responsável pelo ataque.
O estudante frequentava a Universidade de Rajshahi, onde Siddique era professor. A esposa da vítima disse que o marido nunca havia se expressado contra a religião. Porém, a polícia acredita que ele foi morto por ser considerado um livre pensador.
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(Com AFP)