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Donald Trump demite John Bolton, assessor de Segurança Nacional

Conselheiro foi primeiro emissário do presidente americano a Bolsonaro; sucessor será anunciado na semana que vem

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 10 set 2019, 14h29 - Publicado em 10 set 2019, 13h15

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu seu conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, nesta terça-feira, 10, por discordância com suas posições sobre os maiores desafios do país na área externa – Irã, Coreia do Norte e Afeganistão. A decisão foi anunciada pelo Twitter.

“Informei John Bolton na noite passada que seus serviços não são mais necessários na Casa Branca. Eu discordei fortemente de muitas de suas sugestões, assim como outros no governo, e então pedi a John que renunciasse , o que aconteceu nesta manhã. Agradeço muito a John por seu serviço. Nomearei o nome Conselheiro de Segurança Nacional na próxima semana.”

Bolton tornou-se o principal facilitador dos contatos entre os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump desde antes do início do governo do brasileiro. Em novembro passado, o então presidente eleito o recebeu em sua casa para um desorganizado café da manhã e chegou a bater continência para o conselheiro da Casa Branca.

O encontro permitiu a Bolsonaro desencadear o alinhamento da política externa do Brasil à dos Estados Unidos, que foi consolidado com a visita do governante brasileiro a Trump em março passado.

O então presidente eleito Jair Bolsonaro recebe John Bolton em café da manhã: bagunça na mesa e início do alinhamento da política externa brasileira à americana – 29/11/2018 (Assessoria Jair Bolsonaro/Divulgação)

Ruídos

Segundo o jornal The New York Times, Trump vinha se queixando há tempos de que Bolton parecia querer envolver os Estados Unidos em uma nova guerra. Sua missão na Casa Branca era sugerir e aconselhar o presidente americano, sem experiência em política externa, na tomada de decisões na esfera internacional. Mas claramente o assessor parecia esticar demais a corda nas relações dos Estados Unidos com seus maiores inimigos.

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Desde o início deste ano, Trump mostrou-se aberto a uma negociação direta com Kim Jong-un, o líder da Coreia do Norte, com o objetivo de paralisar o programa nuclear militar do país asiático e reduzir seus arsenais e testes de mísseis. Ambos se reuniram três vezes – em Singapura, no Vietnã e na Zona Desmilitarizada entre as Coreias -, sem chegarem a um acordo.

Bolton criticou publicamente os testes recentes de mísseis pela Coreia do Norte e não esteve presente ao encontro entre Trump e Kim na Zona Desmilitarizada.

Segundo o Times, o atrito mais recente entre o presidente e seu conselheiro sobre o Irã se deu no episódio do ataque americano suspenso no último minuto por Trump, em junho passado. O bombardeio seria uma represália ao abate de um drone dos Estados Unidos pelas forças iranianas. Trump desistiu ao questionar os militares sobre possíveis vítimas civis.

O conselheiro teria igualmente discordado da intenção de Trump de negociar diretamente com o presidente do Irã, Hassan Rouhani, sobre o programa nuclear iraniano em troca de um financiamento de curto prazo a Teerã. O Irã exige o fim das sanções econômicas de Washington.

“Ele (Trump” vai se encontrar com todo mundo para conversar. Ele é um negociador, um construtor de acordos. Mas conversar com eles (os iranianos) não implica mudar a sua posição”, afirmara Bolton em entrevista à Radio Free Europe/Radio Liberty.

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Os presidentes Trump e Kim Jong-un em encontro na Zona Desmilitarizada entre as Coreias: ausência de Bolton – 30/06/2019 (Kevin Lamarque/Reuters)

Segundo o Times, embora Trump se valha de uma linguagem belicosa, tem se mostrado cético em relação a aventuras militares no exterior e apostado nas negociações para a solução de conflitos. Uma das mais flagrantes “águias” de Washington, Bolton prefere um perfil mais duro para o governo defender os interesses americanos.

Com Bolton, Trump completa 13 autoridades despedidas de seu governo. Outra “águia” demitida foi Steve Bannon, ex-chefe de gabinete que ousou apoderar-se de outras atribuições e que tornou-se outro aliado do governo de Bolsonaro. Bannon trabalhará para a campanha de reeleição do presidente americano.

 

 

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