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Dois terços dos palestinos apoiam negociações com Israel

Condição é o congelamento da construção nos assentamentos judaicos

Por Da Redação
30 ago 2010, 08h00

A pesquisa feita entre palestinos e divulgada nesta segunda mostra uma clara divisão em torno das soluções que estariam dispostos a aceitar nos problemas individuais do conflito

Cerca de 65% dos palestinos apoiam as negociações de paz com Israel, que estão marcadas para começar na quinta-feira com o presidente americano Barack Obama como mediador. Contudo, para os palestinos, o mais importante é que neste encontro seja confirmado o congelamento da construção nos assentamentos judaicos e dadas as garantias internacionais para a criação de um estado. Apenas 8% deles aceitam as negociações de forma incondicional. Este levantamento faz parte de um estudo feito com 3.000 adultos residentes na Cisjordânia e na Faixa de Gaza e divulgado nesta segunda-feira pela organização Arab World for Research and Development (AWRAD).

Mas, a questão mais importante para os palestinos é um grande entrave para que se chegue a um acordo. Ainda mais depois da declaração do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, ter negado que prometeu aos Estados Unidos prosseguir com o congelamento parcial da colonização na Cisjordânia. “Nós não apresentamos nenhuma proposta aos americanos sobre o prolongamento da suspensão. O governo não tomou nenhuma nova decisão sobre a questão”, afirmou ele, segundo uma fonte do governo de Israel, ao mencionar as declarações feitas no domingo por Netanyahu durante uma reunião dos ministros de seu partido, Likud.

Netanyahu fez referência ao fim, em 26 de setembro, da moratória de 10 meses sobre a construção de casas nas colônias da Cisjordânia decretada em novembro do ano passado. Assim, o chefe de Governo israelense teria cedido às pressões de Obama, que deseja a retomada das negociações diretas, suspensas desde dezembro de 2008. “Nós afirmamos que o futuro dos assentamentos será discutido nas conversações sobre um acordo final com outras questões”, completou Netanyahu, segundo a mesma fonte, que pediu para não ser identificada.

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Diante das declarações, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, afirmou também no domingo que Israel será o único responsável pelo fracasso das negociações de paz, caso o país retome a colonização na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Outros dados – A pesquisa feita entre palestinos e divulgada nesta segunda mostra uma clara divisão em torno das soluções que estariam dispostos a aceitar nos problemas individuais do conflito. Dos 3.000 entrevistados, 62% disseram “aceitar ou tolerar” a solução de dois estados proposta como base das negociações, e 66% “aceitam ou toleram” uma troca de terras com Israel em troca de assentamentos que fiquem sob a soberania desse país.

Na questão dos quatro milhões de refugiados palestinos dispersos pela região – cujo retorno exigem os palestinos, mas que Israel não aceita por causa da mudança demográfica que representaria em sua sociedade – 88% acreditam que deveriam desfrutar do direito de “retorno e compensação”. No entanto, 64% aceitariam uma solução pela qual os refugiados retornem unicamente ao território da Cisjordânia e de Gaza, e não para seus lares em povoados e cidades que desde 1948 estão em território israelense.

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Sobre o futuro de Jerusalém, onde na parte oriental os palestinos aspiram declarar a capital do futuro Estado, as pessoas que participaram do levantamento se mostram divididos em 50% entre os que apoiam e os que se opõem a que os lugares muçulmanos e cristãos sagrados fiquem em poder palestino e o Muro das Lamentações em poder de Israel. Nas fronteiras de 1967, base das negociações, o Muro – lugar mais sagrado para o judaísmo – ficava do lado palestino.

Apoio em massa, de 95% dos participantes da pesquisa, é o que dão os palestinos para um acordo de paz global, embora sejam muitos menos, apenas 58%, os que acham que israelenses e palestinos possam realmente conviver uns ao lado dos outros.

(Com agência EFE e France-Presse)

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