Dois soldados da ONU são baleados perto de Damasco
Militares se dirigiam a aeroporto, que não está aceitando voos devido a conflitos
Dois soldados austríacos das forças da ONU no Golã foram baleados nesta quinta-feira quando seu comboio se dirigia ao aeroporto de Damasco para retornar ao seu país de origem, anunciou nesta sexta o ministério da Defesa da Áustria. Os soldados, um ferido no braço e outro no ombro, foram atendidos por um médico que viajava com eles. O comboio chegou pouco depois ao aeroporto.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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A rede de televisão síria atribuiu os tiros aos rebeldes. A ONU confirmou a agressão sem se pronunciar sobre sua autoria.
Aeroporto – O aeroporto de Damasco não está aceitando voos nesta sexta-feira, disse uma companhia aérea regional do Golfo, um dia depois de combates perto do aeroporto interromper a principal estrada que leva à capital síria. “As companhias aéreas não estão operando para Damasco hoje, porque o aeroporto não estava aceitando nenhum voo”, disse o representante da companhia aérea sediada em Dubai, que pediu para não ser identificado.
O Ministério da Informação da Síria anunciou na quinta-feira que a estrada para o aeroporto estava segura após forças de segurança retirarem “terroristas” – como o governo classifica os rebeldes que lutam para derrubar o ditador Bashar Assad – do local. Segundo o governo, o aeroporto operava normalmente.
O conflito na Síria, que em 20 meses já matou mais de 40.000 pessoas, já levou várias companhias aéreas a cancelar ou reduzir o número de voos para Damasco e somente um pequeno número de aviões comerciais pousa e decola do aeroporto. Rami Abdelrahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado na Grã-Bretanha, disse que a estrada para o aeroporto foi reaberta, mas as forças de Assad e rebeldes ainda combatiam na região e o tráfego era mínimo. Além do aeroporto, as linhas de telefone e de internet foram interrompidas no país.
(Com agência France-Presse)