Dois navios iranianos passam por Canal de Suez no Egito
Israel, país com o qual o Irã tem relação tensa, considera ato uma provocação
Dois navios militares iranianos passaram nesta terça-feira pelo Canal de Suez, no Egito, seguindo para o Mediterrâneo rumo à Síria, disse uma fonte da administração do canal. O Irã parece estar testando suas relações no Oriente Médio depois da queda do presidente egípcio, Hosni Mubarak. O tratado de paz de longa data entre Israel e Egito é crucial para a segurança regional do estado judaico.
Na última quinta-feira, o Irã tinha cancelado os planos de conduzir os navios de guerra à passagem estratégica. O governo israelense denunciou o envio das embarcações e classificou o ato como uma provocação. A relação entre Israel e Irã é extremamente tensa. O presidente da República Islâmica, Mahmoud Ahmadinejad, diz frequentemente que deseja riscar o estado judaico do mapa.
Os navios entraram no canal às 5h45 (0h45, horário de Brasília) nesta terça-feira e passaram para o Mediterrâneo às 15h30 (10h30), informou à Reuters uma fonte da Autoridade do Canal de Suez. “Seu retorno está previsto para o dia 3 de março”, disse a fonte. O Canal de Suez atravessa o Egito e permite o transporte de carga entre o Oriente Médio e a Europa sem a necessidade de circunavegar o extremo sul da África.
O Porto Said fica a cerca de 100 quilômetros de Israel, mas a rota do navio à Síria, seu destino final, conduziria a embarcação através de um percurso paralelo à costa israelense. As embarcações militares iranianas são as primeiras a passar pelo canal desde a Revolução Islâmica do país em 1979.
Política – O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia dito que via a passagem dos navios iranianos como algo “grave”. Mas, nesta terça, autoridades israelenses não quiseram comentar o assunto. O governo de Israel está preocupado com o futuro político do Egito e de outros estados árabes alinhados com os Estados Unidos, após os levantes populares.
No Egito, pesquisas de opinião sugerem que as principais forças políticas emergentes serão menos próximas a Israel e aos Estados Unidos, apesar de nenhum grupo ter pedido a anulação do tratado de paz com o estado judaico.
(Com agência Reuters)