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Divulgadas primeiras imagens de jornalista francês refém das Farc

Por Por Philippe Zygel
28 Maio 2012, 14h53

As primeiras imagens do jornalista francês Romeo Langlois, refém das Farc há um mês, foram divulgadas nesta segunda-feira pela rede latino-americana Telesur, enquanto é preparada uma missão humanitária que na quarta-feira deve resgatá-lo em algum ponto da selva na Colômbia.

Aparentemente em bom estado de saúde, sorridente e com uma toalha presa à cintura, o correspondente da rede France 24 foi gravado em um acampamento da guerrilha no meio da selva.

As imagens são as primeiras divulgadas desde que Langlois foi sequestrado pelas Farc no dia 28 de abril, quando a patrulha militar com a qual se deslocava para realizar uma reportagem sobre operações contra as drogas foi atacada pelas Farc. Nelas, o jornalista é visto com um curativo no braço.

“Sou civil, jornalista internacional francês”, se identifica Langlois no vídeo, no qual responde a perguntas de uma voz feminina.

“Eu sabia que era zona vermelha. Uma pessoa sabe ao que se expõe quando faz este trabalho. Eu fiz muitos trabalhos com a guerrilha, entrevistei o (falecido porta-voz das Farc) Raúl Reyes duas vezes, chefes importantes das Farc. Fui um dos jornalistas que nunca quis muito o governo porque sempre fui dos dois lados ter a opinião de todos”, afirma.

Langlois, de 35 anos, foi ferido no braço em meio ao combate entre os militares que o acompanhavam e um grupo de guerrilheiros no departamento de Caquetá (sul da Colômbia).

“Uma pessoa sabe ao que se expõe quando faz este tipo de atividades. Na verdade eu não pensava que isso se tornaria tão terrível. Eles (os militares) iam destruir um laboratório, eu ia fazer umas tomadas”, disse o repórter no vídeo, que teria sido gravado por guerrilheiros em uma data não informada e recebido nesta segunda-feira na redação da Telesur..

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A Telesur anunciou que transmitirá mais tarde o vídeo completo.

O embaixador da França em Bogotá, Pierre-Jean Vandoorne, assegurou que, segundo suas informações, o jornalista está em bom estado de saúde.

“Parece que Romeo está bem. Seu ferimento foi bem cuidado e não temos preocupações particulares a respeito”, disse o embaixador à rádio Caracol.

“Seu desejo mais querido depois de abraçar seus amigos em Bogotá (…) é retornar à França para abraçar seus pais, que estão o aguardando”, acrescentou Vandoorne.

No vídeo também aparece um chefe guerrilheiro, que nega que os militares tenham encontrado um grande laboratório de processamento de drogas das Farc durante a operação na qual Langlois ficou em poder desta guerrilha.

“Podem confirmar isso com o prisioneiro quando falarem com ele. Porque ele sabe que o que foi queimado, o que houve ali, o que conseguiram não foi mais do que o que produzia um laboratório de um camponês”, disse Colacho Mendoza, segundo comandante da Frente 15 das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

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Uma missão humanitária integrada por delegados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e enviados do presidente francês, François Hollande, assim como pela ex-senadora colombiana Piedad Córdoba, buscará Langlois na próxima quarta-feira em algum ponto da selva da Colômbia, depois que as Farc se comprometeram a libertá-lo.

Espera-se que o emissário de Hollande chegue ainda nesta segunda-feira à Colômbia.

Para facilitar esta operação, prevista por via terrestre e fluvial, será realizada uma desmilitarização de 36 horas na região, segundo o acordado no domingo com o governo do presidente colombiano Juan Manuel Santos.

Inicialmente, a guerrilha havia declarado que considerava Langlois um “prisioneiro de guerra” por ter estado em meio a um combate e porque utilizava um capacete e um colete à prova de balas fornecidos pelos militares.

As Farc são a principal guerrilha da Colômbia, com mais de 45 anos de luta armada e cerca de 9.200 combatentes. Em fevereiro, anunciaram o fim do sequestro de civis com fins de extorsão econômica, e em abril libertaram os últimos dez policiais e militares que mantinham como reféns.

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