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Dissidentes cubanos dizem que havia ratos em suas celas e voltam a criticar Lula

Dois presos políticos chegaram a Madri, somando-se ao outros nove

Por Da Redação
15 jul 2010, 16h53

Os dissidentes cubanos, que participaram de uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira em Madri, disseram que havia ratos e baratas nas celas onde estavam detidos em Cuba. Eles também criticaram a omissão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso e o acusaram de “estar do lado do crime e não da justiça”. A entrevista ocorreu no dia em que outros dois dissidentes chegaram a Espanha, somando-se aos nove que estão no país desde o início da semana. O grupo é parte dos 52 presos políticos que Havana prometeu libertar após um acordo com a Igreja Católica e o governo da Espanha.

O dissidente Julio Desar Galvez disse que “a situação de saúde e higiene nas prisões em toda a ilha de Cuba é mais do que terrível”. Ele descreveu a rotina dos presos, que “conviviam com ratos, baratas e excrementos” e afirmou que a infestação de doenças no local era “descontrolada”.

O grupo disse que viveu “um inferno” e que, durante os primeiros meses, teve um tratamento pior do que aquele dado aos criminosos comuns. Eles denunciaram ainda que muitas visitas conjugais foram suprimidas com objetivo de afastá-los de suas famílias. “Queriam castigar também nossas famílias e fazê-las culpadas de algo que nós mesmos somos inocentes”, disse Ricardo González.

Os ex-presos políticos disseram que, apesar de terem deixado Cuba, ainda não se sentem completamente livres. Eles ressaltaram que não são imigrantes na Espanha e sim “refugiados, perseguidos políticos”.

Lula Um dia depois do ex-preso político Pablo Pacheco exigir desculpas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo modo como tratou o caso, o dissidente Omar Rodriguez voltou a criticar a atitude do governo brasileiro.

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“Quando ocorreu a tragédia com Orlando Zapata [dissidente cubano que morreu durante uma greve fome pouco antes de Lula chegar a Cuba], o presidente Lula apertava as mãos de Fidel e Raul Castro. Ele não mediou, ele não fez nada para salvar a vida de Orlando Zapata. Isso significa que ele se aliou ao crime e não à justiça”, disse.

Pouco antes de ir a Cuba, o presidente brasileiro havia recebido uma carta de 50 dos 75 presos políticos detidos na onda de repressão que ficou conhecida como “Primavera Negra”- os mesmos que estão sendo libertados agora.

Os dissidentes pediam que Lula advogasse em favor de sua libertação e, principalmente, falasse sobre a situação de Orlando Zapata. Mas o presidente não tocou no assunto com o governo cubano e negou que tivesse recebido o pedido dos presos.

Refugiados – Dois ex-presos políticos chegaram nesta quinta-feira ao aeroporto de Barajas em Madri, somando-se aos nove que chegaram nos últimos dois dias.

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Luis Milán, de 40 anos, chegou em um voo regular da Iberia, e Mikhail Bárzaga, de 43, veio em um voo da Air Europa, segundo uma fonte do ministério de Assuntos Exteriores espanhol.

Libertação – No fim da semana passada, o governo cubano anunciou um acordo com o Arcebispado de Havana para soltar os 52 presos políticos, detidos na Primavera Negra, em 2003. Onze deles já chegaram a Madri, na Espanha, e novas libertações são esperadas para os próximos dias. Segundo o governo, todos estarão livres em no máximo quatro meses.

Em resposta ao acordo, o opositor Guillermo Fariñas encerrou a greve de fome que mantinha havia 135 dias. No entanto, segundo seus médicos, Fariñas ainda se encontra em estado grave e corre risco de morte.

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