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Disputa eleitoral na Itália aponta impasse político

Nenhum partido teve maioria no Senado. Com isso, nem mesmo a possibilidade de realização de novo pleito pode ser descartada

Por Da Redação
25 fev 2013, 20h56

Os resultados das eleições gerais na Itália apontam para um impasse político. Os eleitores que foram às urnas no domingo e nesta segunda-feira deixaram um recado contra as medidas de austeridade adotadas pelo governo do tecnocrata Mario Monti – sua coalizão não passou do quarto lugar nas votações para o Senado e para a Câmara, bem atrás do terceiro colocado, o comediante Beppe Grillo. O comparecimento às urnas ficou em 75%, abaixo dos 80% de 2008 e dos 83% de 2006. A indefinição trouxe preocupações ao mercado financeiro europeu.

A coalizão de centro-esquerda do candidato Pier Luigi Bersani, que tinha uma vantagem clara no início da disputa, perdeu espaço ao longo da campanha e obteve apenas uma pequena vantagem sobre a centro-diretia de Silvio Berlusconi na Câmara Baixa. O cenário é ainda mais incerto na votação do Senado, onde é preciso ter maioria para se estabelecer como vencedor. Ali, o partido de Berlusconi obteve mais cadeiras do que o de Bersani. A disputa apertada deverá dificultar a formação de um governo forte o suficiente para fazer frente aos desafios econômicos do país, como a recessão, o desemprego e a enorme dívida pública.

“Está claro para todo mundo que uma situação muito delicada está emergindo para o país”, disse Bersani, na reta final da apuração. “O resultado será administrado tendo em conta os interesses da Itália”.

Diante da indefinição no Senado, nem mesmo a possibilidade de realização de novas eleições em um futuro próximo pode ser descartada. O presidente Giorgio Napolitano consultará as lideranças políticas para decidir quem será convidado a formar o governo. Contudo, o período de incerteza deverá se prolongar, já que o novo parlamento só será convocado em 15 de março.

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O jornal La Repubblica analisou o provável cenário que deverá emergir das urnas. “Um país que corre o risco de estagnação”. “Difícil imaginar uma grande coalizão, ou um acordo entre Berlusconi e Monti, o um diálogo do PD (Partido Democrático, de Bersani) com Grillo, ou o M5S (Movimento Cinco Estrelas, de Grillo) comparando suas ideias com as de Il Cavaliere (como Berlusconi é chamado). Difícil. Mais realista é crer que os italianos vão retornar às urnas”.

A questão é saber se os mercados vão esperar a definição do quadro político no país. Ex-comissário europeu, Monti assumiu o poder em novembro de 2001, depois da renúncia de Berlusconi em um quadro de crise econômica associada a escândalos sexuais. O tecnocrata recebeu o apoio de investidores e credores estrangeiros por ter restaurado a credibilidade financeira da Itália. Mesmo o desempenho extremamente modesto nas urnas, é provável que faça parte de um novo governo independente de quem estará no comando.

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O premiê em final de mandato considerou “satisfatório” o resultado alcançado, destacando que sua aliança teve apenas cinquenta dias para apresentar seu projeto. “A notícia de instituir essa lista foi dada em 4 de janeiro e obtivemos mais de três milhões de votos”, disse, em entrevista coletiva. Ele ressaltou ainda que sua proposta eleitoral se baseava em um “projeto realista” para continuar no caminho iniciado em novembro de 2011. Ele ainda defendeu que o governo que for formado a partir destas eleições não deve permitir “que se dissipem muitos sacrifícios que os italianos fizeram”.

Desacreditado no início da campanha, o magnata das comunicações Silvio Berlusconi se recuperou com uma estratégia de onipresença nas TVs italianas.Com propostas populistas, como a de devolver o imposto imobiliário de 2012, uma das medidas de autoridade impostas por Monti para tentar equilibrar as contas do governo.

O voto de protesto acabou sendo o protagonista dos dois dias de votação, que deram o terceiro lugar nas duas Casas ao comediante genovês Beppe Grillo. A campanha de seu Movimento Cinco Estrelas foi baseada em promessas vagas e candidatos quase desconhecidos, mas conseguiu atrair eleitores insatisfeitos com o sistema político. Resta saber qual lado sua aliança irá apoiar.

(Com agências Reuters, France-Presse e EFE)

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