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Diplomas falsos infestam a educação na Rússia

A proliferação de titulações falsas em todas as profissões, incluindo médicos e pilotos de avião, é um dos principais problemas da educação no país

Por La Vanguardia
8 set 2010, 21h44

Uma forma muito simples de fazer carreira em Moscou pode ser descer no metrô. Entre os mosaicos desse palácio comunista sob a terra, encontram-se estátuas humanas que seguram um cartaz com apenas duas palavras: “Diplomas, títulos”. Vendem certificados universitários e de bacharelado falsos que em muitos casos servirão para conseguir emprego.

A proliferação de titulações falsas em todas as profissões, incluindo médicos e pilotos de avião, é um dos principais problemas da educação na Rússia. Segundo um relatório publicado no jornal Izvestia, 25% dos especialistas do país exibem um diploma falso.

No mês passado, a cadeia de televisão NTV informou que mais de 70 engenheiros de uma fábrica de aviões na Sibéria haviam conseguido sua titulação de forma fraudulenta na universidade local. Esta fábrica militar, da companhia estatal Sukoi, produz aviões de combate, assim como o futuro avião de passageiros Superjet-100.

A falsificação de titulações ou a compra de teses universitárias não são novas, e já eram conhecidas na era comunista. Mas quando o Kremlin e o Parlamento analisaram as deficiências do sistema educativo que impedem a modernização da Rússia a opinião pública atacou uma prática que se transformou em costume. Por um diploma universitário falso pode se pagar 5 mil dólares, e se a profissão tem prestígio, de 20 mil a 40 mil dólares, disse Evgeni Fedorov, um alto funcionário do governo.

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O diploma falso mais popular é o de Direito. Com ele, alguém pode trabalhar como advogado ou converter-se em oficial de polícia. O chefe de recursos humanos do Ministério do Interior, Alexander Yudin, assegura no artigo do Izvestia que 30% dos policiais russos trabalham graças a um diploma falsificado.

No ano passado se soube que um certo Andrei Rudalev trabalhou durante quatro anos no aeroporto de Surgut, na Sibéria ocidental, como controlador de voo graças a um diploma falso da Universidade Internacional de Aviação Civil de Kiev. E um hospital infantil de Ulianov desmascarou um cirurgião que em 18 meses de trabalho havia inclusive operado crianças. Também repercutiu o caso de Marina Petrova, que recebeu o prêmio de melhor professora da Rússia em 2007, mas que na verdade havia comprado seu título.

Muitos pedem ao governo uma base de dados unificada que os empregadores possam consultar. Um incipiente “Projeto de Educação” conseguirá agrupar em futuro próximo os diplomas obtidos depois de 2005, mas precisará de bastante tempo para estar completo.

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