Rio de Janeiro, 22 jun (EFE).- A presidente Dilma Rousseff assegurou nesta sexta-feira que o envio de uma missão de chanceleres da Unasul ao Paraguai para o julgamento político do presidente Fernando Lugo está contemplado entre as ações que o bloco deve adotar em defesa da democracia regional.
‘Temos que cuidar do respeito aos princípios do direito e da democracia, como o direito à defesa e à investigação’, disse Dilma em entrevista coletiva no marco da conferência Rio+20.
‘Os chanceleres mantêm uma posição séria, simbólica, sem ameaças’, explicou sobre os ministros de Exteriores dos países da Unasul que viajaram para Assunção, da mesma forma que o secretário-geral do bloco, o venezuelano Alí Rodríguez.
Segundo Dilma, a situação gerada no Paraguai, onde o Senado debate nesta sexta-feira a possível destituição de Lugo, ‘é muito complicada, inclusive mais pelo fato de que Lugo é o atual presidente pro tempore da Unasul’.
Dilma leu na entrevista coletiva a ‘cláusula democrática’ incluída nos estatutos da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), mas não quis comentar se ela será aplicada no caso de Lugo ser efetivamente destituído do cargo.
‘Não está decidido nem foi inteiramente discutido. E não cabe fazer ameaças neste momento, pois não contribui para a busca de uma solução’, disse Dilma.
A presidente também lembrou que o Paraguai irá às urnas em abril do próximo ano e que ‘restam apenas alguns meses no poder para Lugo e ele não pode ser reeleito’, por isso que acredita que se pode encontrar para esta crise ‘uma saída menos traumática’ que a destituição do chefe de Estado. EFE