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Desmond Tutu, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, morre aos 90 anos

Primeiro arcebispo negro da Cidade do Cabo, Tutu foi uma das vozes mais ativas na luta contra o apartheid e a favor a igualdade

Por Larissa Quintino Atualizado em 26 dez 2021, 08h33 - Publicado em 26 dez 2021, 08h33

O arcebispo emérito sul-africano Desmond Tutu, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1984 por sua luta contra o apartheid, morreu neste domingo, 26, aos 90 anos. A informação foi confirmada pela presidência da África do Sul.

“A morte do arcebispo emérito Desmond Tutu é outro capítulo de luto no adeus de nossa nação a uma geração de sul-africanos excepcionais que nos deixou uma África do Sul liberta”, disse o presidente do país, Cyril Ramaphosa. “Desmond Tutu era um patriota sem igual; um líder de princípio e pragmatismo que deu significado à compreensão bíblica de que a fé sem obras está morta”, continuou o presidente.

Tutu fora diagnosticado com câncer de próstata no final dos anos 1990 e, nos últimos anos, foi hospitalizado em diversas ocasiões para tratar infecções associadas ao seu tratamento. “No final das contas, aos 90 anos, ele morreu pacificamente no Oasis Frail Care Centre na Cidade do Cabo esta manhã”, disse um comunicado em nome da família de Tutu assinado pela médica Ramphela Mamphele, presidente interina do Archbishop Desmond Tutu IP Trust e Coordenadora do escritório do Arcebispo,  em uma declaração em nome da família Tutu. A médica, no entanto, não deu detalhes sobre a causa da morte.

Luta

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Filho de empregada doméstica e de um professor, Tutu nasceu em Klerksdorp, cidade a oeste de Joanesburgo, em outubro de 1931. Ele seguiu os passos do pai, formando-se como professor, mas desistiu da carreira por não concordar com a qualidade de ensino inferior oferecida para crianças negras.

Ordenado sacerdote aos 30 anos, Tutu usou de sua posição para defender sanções internacionais contra o apartheid e, mais tarde, por pregar sobre direitos iguais para todos. Sua franqueza provocou a ira do governo sul-africano de minoria branca.

O apartheid foi um regime segregacionista que vigorou na África do Sul de1948 a 1991, que separava pessoas negras das brancas e dava às últimas domínio do poder político e econômico no país. Em 1984, Tutu recebeu o Nobel da Paz por sua oposição não violenta ao apartheid. Uma década mais tarde, ele testemunhou o fim do regime e presidiu a Comissão da Verdade e da Reconciliação, criada para revelar as atrocidades cometidas durante aqueles dias sombrios.

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Tutu comandou numerosas marchas e campanhas para acabar com o apartheid nos degraus da entrada da Catedral de São Jorge, e em resultado disto esta se tornou conhecida como a “Catedral do Povo” e um símbolo poderoso da democracia local.

Ele foi amigo de toda a vida de Nelson Mandela, e durante algum tempo morou na mesma rua do município sul-africano de Soweto — a única rua do mundo que abrigou dois ganhadores do Prêmio Nobel da Paz.

Tutu se aposentou em outubro de 2010, aos 79 anos. Mesmo aposentado,  Tutu continuou a falar sobre uma série de questões éticas e morais como negócios ilegais de armas, xenofobia, pessoas oprimidas na Palestina, respeito pelo estado de direito, HIV / Aids, Tibete, China, muçulmanos Rohingya em Mianmar e direitos LGBTQI +. “Ele também fez campanha vociferante por uma administração mais gentil da Terra e contra as devastações iminentes da mudança climática, um exemplo muito real de como a sobrevivência humana depende de nossa capacidade de espírito ubuntu de cooperar e trabalhar juntos”,  diz um comunicado da fundação Desmond e Leah Tutu Legacy. 

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