Desaprovação dos americanos a Trump alcança 60%
Pesquisa do Washington Post e ABC News mostra empate técnico entre os favoráveis e contrários ao início de processo de impeachment
A desaprovação dos americanos a seu presidente, Donald Trump, alcançou 60%, um recorde desde sua posse em janeiro de 2017, segundo pesquisa encomendada pelo jornal Washington Post e a rede de televisão ABC News. A sondagem indica haver amplo apoio às investigações sobre a interferência da Rússia em prol da eleição de Trump em 2016.
Os resultados não favorecem o presidente, que se vê diante da tendência de mudança do comando do Congresso americano – de seus aliados republicanos para seus opositores democratas – nas eleições legislativas de novembro.
Sua aprovação ficou em 36% nesta pesquisa. A média dos resultados das mais recentes sondagens medida pelo portal Real Clear Politics indica desaprovação de 53,9% e aprovação de 42,8% dos americanos ao presidente.
Há empate técnico entre os que são a favor e contra a condução da economia americana por Trump – 45% contra 47%. No caso da corrupção, 45% acreditam que aumentou durante este governo, e 39% afirmam que manteve-se no mesmo nível.
Também há empate técnico sobre o possível início de um processo de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos pelo Congresso. Dentre os entrevistados, 49% afirmou que o julgamento deve começar, e 46% disse o contrário.
A pesquisa foi realizada entre os dias 26 e 29 de agosto com 1.003 adultos. A margem de erro é de 3,5 pontos porcentuais para cima e para baixo. Dos americanos ouvidos, 33% se disse democrata, 25%, republicano, e 37%, independente.
A maioria das perguntas concentrou-se nas investigações federais sobre crimes eleitorais cometidos durante a campanha Trump e na relação do presidente com seus aliados – inclusive com os já condenados e presos por fraudes. Também são abordadas declarações polêmicas do presidente sobre o esquema da Rússia.
Uma ampla maioria de entrevistados se posiciona em favor das investigações sobre os supostos crimes eleitorais – a interferência russa e o pagamento indevido a mulheres com quem Trump se relacionou para silenciá-las.
Dentre os ouvidos, 63% apoiam a investigação do esquema russo conduzida pelo procurador especial Robert Mueller e 53% acreditam que o presidente tentou interferir nessa apuração e cometeu crime de obstrução de Justiça. Além disso, 67% consideram justificável o indiciamento de Paul Manafort, o ex-chefe da campanha eleitoral de Trump, que foi condenado na semana passada por oito fraudes tributárias e bancárias.
Diante da declaração de Trump de que poderia conceder perdão presidencial a Manafort, 66% rechaçou a ideia. Questionados se estariam do lado de Trump ou do secretário de Justiça, Jeff Session, criticado pelo presidente por ter permitido a investigação, 62% apoiaram Session.
Dentre os entrevistados, 64% se manifestaram contrariamente à demissão do secretário de Justiça – punição sinalizada por Trump para depois das eleições de novembro.
A condenação de outro aliado de Trump, seu ex-advogado Michael Cohen, foi o foco de outras perguntas da pesquisa. Responsável por pagar pelo silêncio das amantes de Trump, Cohen foi condenado por fraudes e firmou um acordo de delação premiada com os procuradores de Nova York que investigam crimes relacionados ao financiamento da campanha do então candidato republicano. Nos resultados da pesquisa, 61% consideraram que Trump cometeu crime ao instruir os pagamentos.