A Câmara dos Deputados paraguaia sancionou nesta quinta-feira uma lei para declarar estado de exceção nos departamentos de Concepción e San Pedro (norte) para habilitar as Forças Armadas a combater um suposto foco guerrilheiro ao qual se atribuem vários assassinatos de policiais.
Agora, o poder executivo tem 15 dias para promulgar ou rejeitar a lei.
Com o estado de exceção, os legisladores querem permitir a participação dos militares nas operações de campo para descobrir o paradeiro de um suposto grupo de guerrilheiros que se autodenomina Exército do Povo Paraguaio (EPP).
O Senado já havia aprovado a medida em 24 de setembro, alguns dias depois do ataque contra uma delegacia de Horqueta, cerca de 550 km a nordeste de Assunção, onde dois policiais morreram.
O governo já havia decretado estado de exceção entre abril e maio de 2010 em cinco departamentos do norte do país.
A medida não produziu uma só detenção dos supostos líderes da organização clandestina, o que fez alguns membros da oposição desconfiar de sua existência.
Em todo o caso, estes acusam o governo de protegê-los, tendo em conta que alguns dos identificados como líderes do grupo, que se autodenomina marxista, foram alunos do seminário para sacerdotes que havia na diocese de San Pedro nos anos 1990, onde era bispo o hoje presidente Fernando Lugo.