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Deputados franceses aprovam aumento da idade de aposentadoria

Idade passou de 60 para 62 anos e, para receber a pensão completa, será necessário que se tenha 67 anos e não 65

Por Da Redação
15 set 2010, 15h33

O governo conservador francês, que não recuou nos pontos chave da reforma, alega a necessidade de salvar um sistema que em 2030 terá um déficit de 70 bilhões de euros, além do aumento da expectativa de vida

A Assembleia Nacional francesa – equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil – aprovou nesta quarta-feira, em sessão agitada, o projeto de lei que reforma o sistema de aposentadoria, uma das principais iniciativas da presidência de Nicolas Sarkozy. A idade mínima para se aposentar passará de 60 para 62 anos e, para receber a pensão completa, será necessário que se tenha 67 anos e não 65, como acontece hoje. O tempo mínimo de contribuição também aumentará para 41,5 anos. Enquanto era votada, os franceses foram às ruas protestar. Para 68% da população, a reforma é “injusta”.

O projeto de lei acaba com o sistema de aposentadoria em vigor desde 1983. A votação aconteceu em ambiente carregado, com trocas de ofensas, vaias e aplausos, após uma sessão iniciada na terça-feira e que foi interrompida já na madrugada. Para adiar a votação, mais de 150 deputados socialistas, comunistas e verdes se inscreveram para discursar por cinco minutos cada. A favor, foram 329 votos; contra, 233.

O próximo passo é a discussão do assunto no Senado, a partir de 5 de outubro. Mas, antes disso, no dia 23 de setembro, os sindicatos franceses, que em 7 de setembro organizaram um protesto nas ruas que reuniu três milhões de pessoas, pretendem organizar uma nova jornada de protestos e greves contra a reforma. Segundo uma pesquisa recente, 57% dos franceses desaprovam o aumento da idade e 68% consideram a reforma “injusta”.

Manifestações contra reforma da aposentadoria na França
Manifestações contra reforma da aposentadoria na França (VEJA)
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O líder da bancada socialista, Jean Marc Ayrault, lamentou: “Nossa República foi ferida”. Dias atrás, ele assumiu o compromisso público da ex-candidata à presidência por seu partido, Segolene Royal, de que se o PS retornar ao poder em 2012, a aposentadoria voltará aos 60 anos. O governo conservador francês, que não recuou nos pontos chave da reforma, alega a necessidade de salvar um sistema que em 2030 terá um déficit de 70 bilhões de euros, além do aumento da expectativa de vida.

O aumento da idade da aposentadoria mínima renderá aos cofres públicos mais de 18 bilhões de euros até 2018. Analistas afirmam que a França precisa dar garantias aos mercados financeiros de que reduzirá o déficit público, que registrou um recorde de 8%.A reforma foi aprovada na presença do ministro do Trabalho, Eric Woerth, envolvido há três meses em um escândalo político-financeiro ao redor da herdeira do império L’Oreal, uma das maiores fortunas do país.

Com mais de 15 milhões de aposentados, a França é um dos países europeus que exige uma das menores idades para a aposentadoria, apesar de também exigir uma contribuição de 40 anos. “Todos os países europeus modificaram a aposentadoria na idade ou nos anos de contribuição, mas nenhum dos dois aconteceu na França, que terá um dos sistemas mais duros da Europa”, advertiu esta semana o jornal Le Monde.

(Com agência France-Presse)

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