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Depois de vencer epidemia, Nova York enfrenta onda de tiroteios

Em outra metrópole nos Estados Unidos, Chicago registrou mais de 300 homicídios e caminha para quebrar pico histórico de registros do crime ao final do ano

Por Da Redação
Atualizado em 9 jul 2020, 20h21 - Publicado em 9 jul 2020, 17h51

A cidade de Nova York registrou 205 tiroteios em junho, o maior número para o mês desde 1996, quando a metrópole era notória pelas altas taxas de criminalidade. Autoridades civis e o Departamento da Polícia de Nova York (NYPD) têm trocado farpas sobre a culpa para esse pico de tiroteios e para alta geral na cidade do número de crimes com arma de fogo no primeiro semestre de 2020.

“Isso é algo que precisamos nos esforçar mais [para combater]”, disse o prefeito, Bill de Blasio, em uma coletiva de imprensa na segunda-feira 6.

Nos primeiros seis meses de 2020, ocorreram pelo menos 528 tiroteios na cidade de Nova York — os novaiorquinos não viam mais de 400 tiroteios no primeiro semestre de um ano desde 2016. 

De Blasio culpou o “deslocamento que tem ocorrido nesses últimos quatro meses com o coronavírus” pelo crescimento no número de crimes com armas de fogo, citando diversos fatores, como a crise econômica e o estresse do confinamento em casa.

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Mas autoridades do NYPD, reporta o jornal The New York Times, têm criticado uma série de reformas nos sistemas penal e carcerário aprovadas pelo legislativo municipal nos últimos anos, dentre elas um plano de 8 bilhões de dólares para fechar até 2026 a prisão da ilha de Rikers, entre os distritos do Bronx e do Queens.

Semelhante à também fechada prisão de Alcatraz, em São Francisco, o complexo penitenciário de Rikers era até então o maior da cidade de Nova York, com espaço para pelo menos 10.000 presos.

Segundo a reforma penitenciária, a prisão da ilha de Rikers é prevista para ser substituída por quatro cadeias menores espalhadas em diversos cantos da Big Apple, como é conhecida a cidade de Nova York.

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Em entrevista a uma emissora de rádio, o comissário da polícia, Dermot Shea, questionou especificamente a política da prefeitura de permitir que alguns detentos cumpram suas penas em casa durante a pandemia da Covid-19.

Shea disse que era “estupefato” as autoridades civis liberarem “basicamente metade da população da ilha de Rikers” e “depois se perguntar o que está acontecendo”.

Dentre os milhares de presos da ilha de Rikers que foram liberados a cumprir suas penas em casa, cerca de 250 haviam sido detidos novamente até o início de junho, reporta a emissora NBC.

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Embora o número seja pequeno, alguns desses 250 reincidentes foram, de fato, detidos e soltos mais de uma vez durante a pandemia. Ao todo, segundo a NBC, os 250 reincidentes foram detidos cerca de 450 vezes desde o início da pandemia.

Em contrapartida, o vereador Rory Lancman, presidente do comitê de Justiça da Câmara, denunciou a ausência de autocrítica por parte do comissário e do NYPD.

“[O comissário] tem olhado desesperadamente para todos os lugares, menos para o espelho”, disse Lancman, que é autor de uma lei que criminaliza a prática do estrangulamento pelas forças policiais.

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O Times reporta que a polícia solucionou crimes com armas de fogo e prendeu o culpado em apenas 25% dos casos neste ano. Segundo o jornal, o NYPD “normalmente” resolve cerca de 30% dos tiroteios e 50% dos homicídios.

Chicago

Em situação semelhante à cidade de Nova York, Chicago registrou mais de 335 homicídios até o início de julho. Em comparação, durante todo o ano de 2019, a cidade teve cerca de 492 homicídios.

Com base no histórico de números de homicídios por ano em Chicago, o Times estima que, até o final de 2020, a cidade chegue a 778 pessoas assassinadas. O índice é idêntico ao de 2016, sendo o recorde de homicídios em um mesmo ano desde meados da década de 1990.

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Assim como no cenário novaiorquino, a polícia de Chicago e as autoridades civis discordam sobre o que deve ser feito para conter o avanço da violência.

O superintendente da polícia, David Brown, chama o mercado de drogas como “o precursor” de grande parte da violência na cidade.

A procuradora da região metropolitana de Chicago e de seus arredores, Kimberly Foxx, contradiz Brown e defende a atenuação das penas para delitos envolvendo o porte de marijuana.

No estado de Illinois, onde fica Chicago, a maconha é legalizada para uso recreativo, mas a posse da droga é limitada a até 30 gramas por pessoa.

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