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Denúncia levou polícia ao suspeito do atentado de Boston

Morador de Watertown encontrou 'homem coberto de sangue' em um quintal. Dzhokhar Tsarnaev foi capturado fora da área de buscas delimitada pela polícia

Por Da Redação
20 abr 2013, 00h33

Uma ligação de um morador de Watertown, na região metropolitana de Boston, ajudou a polícia a cercar e capturar Dzhokhar Tsarnaev, o segundo suspeito de envolvimento no atentado de Boston, na noite desta sexta-feira. O comissário da polícia de Boston, Ed Davis, disse que um homem que havia ficado o dia todo em casa saiu por alguns momentos e viu manchas de sangue em um barco que estava em um quintal perto de sua casa. Ele então levantou a lona “e viu um homem coberto de sangue”. Em seguida, o morador recuou e telefonou para a polícia.

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Cerco final – O comissário afirmou que, mesmo sangrando, Dzhokhar ainda trocou tiros com os policiais, de dentro de seu esconderijo. O suspeito não tinha explosivos com ele no momento da captura. Dzhokhar, de 19 anos, estava escondido na Franklin Street, fora do perímetro coberto pela polícia ao longo do dia, quando as autoridades disseram que foram feitas buscas porta a porta. Após a prisão, ele foi levado em estado grave para o hospital. A polícia suspeita que os ferimentos de Dzhokhar possam ser da noite de quinta, quando ele e o irmão, Tamerlan, trocaram tiros com a polícia. Apesar da condição crítica do suspeito, o FBI pretende interrogá-lo o mais rápido possível.

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De acordo com o jornal Boston Globe, durante o cerco final de mais de uma hora ao quintal onde estava o suspeito, a polícia usou um helicóptero equipado com uma câmera com sensor infravermelho para monitorar os movimentos de Dzhokhar dentro do barco. Bombas de luz, armas não-letais utilizadas para atordoamento, também foram usadas na aproximação. O maior temor das forças de elite na última parte da caçada era de que o suspeito estivesse com uma bomba presa ao corpo e pudesse cometer suicídio, algo que acabou não se confirmando.

O outro suspeito do atentado, Tamerlan Tsarnaev, de 26 anos, irmão de Dzhokhar, foi morto em uma troca de tiros com a polícia ainda na noite de quinta-feira.

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O próprio departamento de polícia de Boston mostrou entusiasmo com o fim da perseguição e publicou no Twitter: “CAPTURADO!!! A caçada terminou. A busca foi feita. O terror acabou. E a justiça venceu. Suspeito sob custódia”. O prefeito de Boston, Tom Menino, também se manifestou: “Nós o pegamos”.

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Vítimas – Mais contidos, os familiares das vítimas do atentado também se manifestaram. “Estou contente que ninguém mais vai se ferir por causa deles, mas isto não vai trazer ela de volta”, afirmou William, irmão da jovem Krystle Campbell, de 29 anos. Em um comunicado, a família de Martin Richard, de apenas 8 anos, parabenizou o trabalho das autoridades. “Esta noite, nossa família aplaude todo o corpo policial pelo trabalho bem feito e confia que agora a Justiça vai realizar a sua função”. Além de Krystle e Martin, as explosões também mataram a estudante chinesa Lu Lingzu, de 23 anos. Outras 58 pessoas continuam hospitalizadas por causa de ferimentos.

Caçada – A longa perseguição aos suspeitos começou na noite de quinta-feira, quando polícia local e o FBI foram acionados após relatos de um tiroteio no prédio 32 no campus do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), em Cambridge. A troca de tiros deixou um guarda universitário morto (1).

Mapa com o caminho da polícia atrás dos suspeitos pelo atentado em Boston
Mapa com o caminho da polícia atrás dos suspeitos pelo atentado em Boston (VEJA)
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A polícia local, agentes do FBI e integrantes da SWAT, o esquadrão de operações especiais da polícia americana, cercaram o campus, mas os suspeitos conseguiram escapar. Pouco depois, a polícia recebeu a informação de que um motorista havia sido sequestrado por dois homens armados (2). Cerca de 30 minutos depois, o motorista foi deixado em um posto de gasolina em Cambridge (3). Ele não sofreu ferimentos.

Mais tarde, a polícia divulgou imagens de Dzhokhar captadas pela câmera de segurança de um posto bancário (4), no fim da noite de quinta. A partir daí, foi montada uma megaoperação policial, com mais de 9.000 policiais, veículos blindados e helicópteros, para cercar os fugitivos na cidade de Watertown (5), região metropolitana de Boston.

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Durante a perseguição ao veículo que havia sido roubado, os fugitivos atiram explosivos contra os policiais. Encurralados, os suspeitos trocaram tiros com os agentes de segurança usando o carro como barricada. Ferido no tiroteio, Tamerlan foi preso e foi declarado morto no início da madrugada de sexta, já no hospital. Dzhokhar conseguiu fugir.

Depois disso, a caça ao suspeito número 2, considerado “armado e perigoso” pelo FBI, se concentrou em Watertown, uma localidade de 35.000 habitantes. O sistema de transporte foi interrompido e a polícia estadual aconselhou que todos os moradores da zona oeste de Boston e de seis cidades vizinhas ficassem dentro de casa. Todas as escolas e também os prédios de Harvard e do MIT foram fechados.

Durante a caçada a Dzhokhar, o apartamento dos irmãos em Cambridge (A) também foi revistado. Um esquadrão antibomba chegou a ser acionado para realizar uma explosão controlada, mas a suspeita sobre a existência de explosivos no local não foi confirmada.

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Família – Mais cedo nessa sexta-feira, Anzor Tsarnaev, pai dos suspeitos, chegou a pedir a Dzhokhar que se entregasse pacificamente à polícia. Em uma entrevista à rede americana ABC News, por telefone, ele disse que o filho deveria desistir. “Desista. Desista. Você tem um futuro brilhante à sua frente, volte para a Rússia”. Contou ainda que falou com os filhos nesta semana. “Nós conversamos sobre as explosões, eu estava preocupado com eles. Eles disseram que estava tudo bem”.

Já o tio dos suspeitos, Ruslan Tsarni, foi mais duro. “Eles são bárbaros”, afirmou. “Eles eram perdedores que não conseguiram se estabelecer e por isso odiavam quem conseguia.” Ruslan acrescentou que Dzhokhar e Tarmelan “trouxeram vergonha à família”.

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