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Defesa de Strauss-Khan vai precisar de provas. E depressa

Francês corre contra o tempo para provar inocência. Demora pode acabar de vez com suas chances de voltar ao cenário político

Por Da Redação
16 Maio 2011, 19h33

Cotado como o principal adversário do atual presidente, Nicolas Sarkozy, nas eleições presidenciais da França em 2012, o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, passará mais uma noite na cela de pouco mais de 5 metros quadrados em uma prisão em Nova York. Ele está detido desde sábado por acusação de ato sexual criminoso, cárcere privado e tentativa de estupro contra uma camareira. Até agora, DSK, como é conhecido em seu país, alega inocência, mas terá muito trabalho para provar o que diz, já que esteve envolvido em casos desse tipo pelo menos duas vezes – em 2002, com a jornalista Tristane Banon, e em 2008, com uma subordinada do FMI. Contudo, se quiser voltar ao cenário político, terá que se apressar.

“Ele só terá caminho livre se conseguir provar rapidamente que é inocente. Se a Justiça demorar semanas ou meses, será mais difícil ele se candidatar às primárias”, afirma a responsável pela área de Política do jornal Le Monde, Françoise Fressoz. Já o jornalista do Figaro Paul-Henri du Limbert foi ainda mais enfático. “É evidente que Dominique Strauss-Kahn não será o próximo presidente da República Francesa”, disse. “A esquerda vê desaparecer o cenário que os pesquisadores anunciavam, prevendo para DSK quase uma eleição ganha em 2012”, concluiu.

Uma pesquisa publicada na semana passada pelo instituto Viavoice, Strauss-Kahn era apontado como o preferido de 39% dos partidários de esquerda, contra 20% do ex-secretário geral do partido, François Hollande. Na disputa com Sarkozy, a apuração apontou que o diretor-gerente do Fundo venceria com 27% dos vontos contra 20% do atual presidente.

De olho em 2012, o Partido Socialista ainda tenta salvar a imagem de DSK. O porta-voz da legenda, Benoît Hamo, disse que, até o momento, as informações disponíveis sobre o caso são “incompletas e contraditórias”. “Diante de uma situação de tamanha incerteza, nós devemos nos ater ao princípio de que DSK é inocente. É inútil escrever a história antes dela ocorrer, seja no que se refere ao futuro do DSK, às consequências para o FMI, para a França ou para as primárias do partido”, afirma.

Processo – A defesa de Strauss-Kahn corre contra o tempo e contra as formalidades da justiça americana. De acordo com Jean-Eric Branaa, especialista em direito americano em entrevista ao jornal francês Le Figaro, o comparecimento do réu a uma audiência preliminar -como ocorreu esta manhã com o diretor-gerente do FMI – se dá quando a acusação dispõe de provas suficientes. Segundo ele, os Estados Unidos usam um “sistema acusatório”. Ou seja, o promotor reúne as provas para demonstrar a culpa do acusado enquanto a defesa tenta inocentá-lo.

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“Os advogados de Strauss-Kahn já indicaram que ele dirá que não é culpado, o que vai demandar um processo. O promotor vai expor as provas e, após analisar as alegações da defesa, o juiz decidirá o futuro do suspeito”, afirmou Branaa. “Se DSK alegar novamente que não e culpado, o juiz convocará um júri de 15 a 23 cidadãos que devem se reunir, ouvindo as posições da defesa e da acusação”, disse. O especialista explicou que, se o júri tiver provas suficientes, ocorrerá uma votação para que haja uma acusação formal. Se esta acusação for aprovada, o caso passará à Suprema Corte do Estado de Nova York.

Fundo Monetário – Enquanto corre o processo legal, o Conselho de Administração do FMI também se reuniu, nesta segunda, para discutir o futuro de Strauss-Kahn. De acordo com a agência de notícias France Presse, o fundo não tomará nenhuma decisão imediata sobre o seu diretor-gerente. Ou seja, ele será mantido no cargo por enquanto. “O FMI e seu Conselho de Administração vão acompanhar os acontecimentos”, revela um comunicado firmado pela diretora de Relações Exteriores do Fundo, Caroline Atkinson.

Mais cedo, a organização havia emitido notas, dizendo apenas que continuava “perfeitamente operacional, mesmo com a ausência temporária de seu diretor-geral”. Contudo, analistas franceses julgam improvável que DSK continue a dirigir a entidade internacional depois de tal escândalo em Nova York. De acordo com o Figaro, a reflexão sobre os possíveis candidatos à sucessão do francês já está começando

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