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Defesa de Ledezma pedirá sua liberdade à Justiça na terça-feira

Prefeito de Caracas foi preso na quinta-feira. Juristas consideram a prisão arbitrária e acusam o governo Maduro de utilizar a Justiça como instrumento para criminalizar a dissidência

Por Da Redação
22 fev 2015, 13h07

Os advogados do prefeito de Caracas Antonio Ledezma, um dos líderes da oposição venezuelana, devem apresentar na próxima terça-feira os argumentos para libertá-lo. Ledezma foi preso na quinta-feira, em seu escritório, por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin, a polícia política da Venezuela). Mergulhado em crise política e econômica, o governo imputou a Ledezma um plano para derrubar o presidente Nicolás Maduro.

Leia mais:

Vídeo mostra momento da prisão do prefeito de Caracas

Segundo o advogado Omar Estacio, que lidera a equipe de defesa, somente na tarde de sexta-feira o juiz Miguel Graterol, que comanda o processo, liberou o acesso aos autos. Os promotores do caso associam Ledezma aos jovens Lorent Saleh y Gabriel Valle, presos na Venezuela desde setembro de 2014 depois de serem extraditados pela Colômbia, e sobre os quais também pesa a acusação de conspiração contra o regime.

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A prisão de Ledezma é mais uma das barbaridades cometidas contra opositores na Venezuela. Ao reprimir os manifestantes que foram às ruas no ano passado contra a alta criminalidade, a escassez de produtos básicos, a inflação galopante, as forças de segurança do Estado e as milícias paramilitares espalhou o terror entre os cidadãos. Houve milhares de prisões arbitrárias e muitos relatos de tortura. Mais de quarenta pessoas morreram. Segundo informações do Foro Penal Venezuelano, 151 pessoas foram detidas apenas nos primeiros 151 dias de 2015, por participar de protestos contra o governo, encontrar-se próximas a uma manifestação ou cobrir jornalisticamente o evento.

Entidades jurídicas e de direitos humanos repudiaram a prisão de Ledezma. O Colégio de Advogados da Venezuela (órgão semelhante à OAB) publicou comunicado em que condenou o governo Maduro por “utilizar a Justiça como instrumento para criminalizar a dissidência”.

Neste domingo, o jornal El Universal ouviu juristas sobre o caso. As avaliações convergem para a tese de que a detenção do político carece de fundamentação. Segundo o penalista Alberto Arteaga, por exemplo, “quando se fala de conspiração, fala-se de destruir a forma política republicana, segundo o artigo 132 do Código Penal. Mas falar apenas de reorganizar os poderes, de reconstruir o sistema democrático, é um pleito legítimo no debate político de um Estado democrático”.

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Visitas – Depois da detenção de Ledezma, sua mulher Mitzy pôs nas mãos de Maduro a responsabilidade pela vida do marido. Em entrevista à Unión Radio, ela disse que o oposicionista resistiu muito e foi agredido ao ser preso. “Funcionários encapuzados levaram Antonio à força”, relatou.

No sábado, dois aliados de Ledezma, os prefeitos de Sucre, Carlos Ocariz, e de Baruta, Gerardo Blyde, conseguiram visitá-lo no presídio Ramo Verde, para onde foi encaminhado.

“Nós o encontramos física, moral y espiritualmente forte e em boas condiçõe”, disse Ocariz em sua conta no Twitter. Também pelo microblog, Blyde disse que foi um abalo ver Ledezma preso. “Mas ele nos transmitiu otimismo, esperança e vontade de prosseguir lutando.”

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Segundo Ocariz, não lhes foi dada autorização para visitar outros dois oposicionistas mantidos em Ramo Verde, Daniel Ceballos e Leopoldo López, esse último preso há um ano. “Ledezma nos disse, contudo, que ambos estão fortes e otimistas.”

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