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Declarações de Trump após ataques incomodam lobby de armas dos EUA

Presidente americano propôs endurecer verificação de antecedentes criminais de compradores de armamentos

Por Da Redação
8 ago 2019, 12h43

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está sofrendo pressão do lobby armamentista depois de ter proposto fortalecer o controle para a venda de armas no país, segundo o jornal The Washington Post.

Trump, que em diversas ocasiões se mostrou favorável à flexibilização das leis de porte de arma no país, propôs nesta semana endurecer a verificação dos antecedentes criminais de compradores de armamentos, após dois trágicos ataques a tiros durante o final de semana matarem 31 pessoas.

Segundo o Washington Post, o republicano chegou inclusive a discutir essa proposta com deputados e senadores em reuniões privadas na Casa Branca. Diante da possibilidade de que uma medida como essa fosse aprovada no Congresso, o lobby das armas reagiu imediatamente, pressionando Trump.

É de conhecimento geral que o presidente americano é muito influenciado, desde o início de seu mandato, pela Associação Nacional do Rifle (NRA), o maior grupo a favor das armas no país.

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A organização tem grande prestígio na política americana e investiu por volta de 30 milhões de dólares na campanha eleitoral de Trump em 2016, segundo uma análise dos registros públicos de financiamento.

Na terça-feira 6, o presidente americano afirmou que “há grande apetite” para fortalecer a verificação dos antecedentes criminais, em declarações à imprensa na Casa Branca antes de viajar para as cidades de El Paso, no Texas, e Dayton, em Ohio, palcos dos dois ataques do fim de semana passado.

“Acredito que tanto republicanos como democratas estão se aproximando de uma lei que endureceria o controle de antecedentes”, comentou Trump. “Os controles de antecedentes criminais são importantes. Não quero armas em mãos de gente instável, de gente com raiva ou com ódio, gente doente”, frisou.

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No mesmo dia, o diretor executivo da NRA, Wayne LaPierre, entrou em contato com o presidente e expressou seu descontentamento com qualquer mudança da lei nesse sentido, segundo afirmaram fontes ao Washington Post.

LaPierre teria dito ainda que a medida não seria popular entre os apoiadores de Donald Trump. O atual presidente concorrerá à reeleição nas eleições de 2020 pelo Partido Republicano.

Discussões no Congresso

Apesar de Trump, ter pedido reformas nas leis sobre armas de fogo, é improvável que as divisões no Congresso permitam medidas importantes.

Os legisladores democratas, entre eles vários pré-candidatos às eleições de 2020, buscam aproveitar o momento, pedindo medidas radicais para conter a violência. Eles pedem mais verificações de antecedentes para os compradores de armas, algo que a maioria dos americanos apoia.

Muitos também buscam restaurar uma proibição de venda de armas de tipo militar e proibir os carregadores de alta capacidade, usados no tiroteio do fim de semana em Dayton, Ohio, onde um homem matou nove pessoas em apenas 30 segundos.

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A maioria dos republicanos permanece em silêncio quanto às medidas a serem tomadas contra o acesso às armas depois dos tiroteios.

Esse sentimento bipartidarista para agir parece estar crescendo, e alguns republicanos expressaram seu apoio a medidas para impedir que pessoas que não deveriam ter acesso às armas de fogo possam comprá-las, ou ter porte.

“Os dois horríveis tiroteios ocorridos no fim de semana demonstram por que devemos promulgar reformas de senso comum”, disse o senador republicano Marco Rubio.

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Membros de ambos os partidos reconhecem que, além da NRA, há um legislador que impõe obstáculos no caminho: o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell.

Controlada pelos democratas, a Câmara de Representantes aprovou, no início do ano, um projeto de lei para evitar a venda de armas de fogo em feiras, ou entre indivíduos sem uma verificação de antecedentes, mas McConnell se negou a submetê-lo à votação no Senado.

“Se o líder McConnell levasse agora este projeto de lei para o Senado, acho que seria aprovado”, disse ontem o líder da minoria democrata da mesma Casa, senador Chuck Schumer, junto com o representante republicano Pete King, que copatrocinou o projeto de lei aprovado pela Câmara baixa.

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“Este não deveria ser, de modo algum, um partidarista, embora com frequência seja”, afirmou King.

Nunca é fácil avançar esse tipo de projeto de lei no Congresso americano, mas, com a proximidade das eleições, os legisladores se mostram particularmente reagentes a adotar leis polêmicas.

(Com AFP)

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