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Declaração de Harry sobre matar terroristas provoca reação do Talibã

Príncipe da Grã-Bretanha afirmou em entrevista publicada na segunda-feira que disparar contra os insurgentes no Afeganistão era como jogar videogame

Por Da Redação
22 jan 2013, 15h14

A declaração do príncipe Harry, da Grã-Bretanha, de que disparar contra os insurgentes no Afeganistão era como jogar videogame, provocou uma série de reações entre as forças internacionais e os próprios talibãs. Em uma entrevista publicada na segunda-feira, coincidindo com sua volta a Londres depois de 20 semanas servindo numa base das forças da Otan na província de Helmand, no Afeganistão, Harry contou como foi atirar contra terroristas. Essa foi sua segunda passagem pelo país como responsável pela artilharia em helicópteros de combate Apache. Neto da rainha Elizabeth, Harry é o terceiro na linha de sucessão do trono.

“Disparamos quando precisamos, tiramos uma vida para salvar uma vida, mas essencialmente somos muito mais uma dissuasão do que qualquer outra coisa”, disse ele, conhecido nas Forças Armadas como capitão Harry de Gales. “Se tem gente tentando fazer malvadeza com os nossos caras, então, vamos tirá-los do jogo”, acrescentou. Enquanto Harry conta que atirou e matou durante suas operações contra os rebeldes operantes no país, em um momento da entrevista diz: “É uma diversão para mim, porque sou uma dessas pessoas que gosta de jogar Playstation e Xbox”.

Os comentários descuidados podem se transformar em dor de cabeça para o presidente Hamid Karzai, que apostou sua reputação num trabalho estreito com as forças da Otan. Ele pede aos EUA e outros estrangeiros que mantenham suas tropas no Afeganistão mesmo depois do fim de 2014. Sharifullah Kamawal, um membro do parlamento afegão, advertiu que as declarações deram uma vitória aos talibãs. “Isso tornará o processo de retirada muito mais rápido. Até então, metade das pessoas diziam que as forças estrangeiras deveriam permanecer aqui por mais tempo. Agora, mais pessoas vão querer que eles voltem para casa”, pontuou.

Já os comandantes talibãs classificaram Harry como um “covarde ingênuo” por seus comentários, feitos enquanto já estava “fora de perigo”. Dois membros do grupo terrorista disseram ao Daily Telegraph que a fala era um insulto aos homens que lutaram e morreram ao lado do príncipe. “A declaração não só é digna de condenação. É pior do que isso”, disse Zabihullah Mujahid, porta-voz do Talibã, em entrevista por telefone. “Descrever a guerra no Afeganistão como um jogo é uma humilhação a qualquer pessoa, especialmente um príncipe. Esta é uma guerra séria.”

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O Talibã havia anunciado a intenção de sequestrar ou matar Harry durante sua temporada no país. A base dele, o Camp Bastion, foi atacada no dia do aniversário dele, em setembro, mas não ficou claro se o príncipe era o alvo da ação, que resultou na morte de dois marines americanos. O incidente ocorreu numa época de grande indignação no mundo islâmico por causa de um filme que ironizava o profeta Maomé.

O príncipe Harry é o primeiro membro da família real britânica a participar de um conflito militar desde que seu tio Andrew pilotou um helicóptero na Guerra das Malvinas, em 1982. Harry já havia servido como soldado na linha de frente da província de Helmand por dez semanas em 2007 e 2008, mas sua passagem foi abreviada depois que a imprensa revelou sua presença. Na época, ele fazia parte das tropas que atuavam em terra e voltou para casa por questões de segurança. Para retornar ao campo de batalha, ele passou a ser copiloto responsável pela artilharia de helicópteros Apache. Desta vez, a imprensa foi autorizada a dizer apenas que ele estava servindo no Afeganistão novamente, mas sem dar detalhes.

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