Damasco, 27 mai (EFE).- O governo da Síria negou neste domingo ter tido qualquer responsabilidade no massacre de Al Haula, no centro do país, onde morreram quase cem pessoas na última sexta-feira.
‘Negamos de maneira absoluta a responsabilidade das forças governamentais no massacre de Al Haula’, afirmou em entrevista coletiva o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Jihad Maqdisi, que culpou supostos grupos terroristas.
Segundo o regime sírio, centenas de homens armados abriram fogo com artilharia pesada contra ‘bases militares sírias’ em Al Haula, na província de Homs.
Os grupos ‘atacaram de maneira simultânea e planejada’, disse Maqdisi, que acrescentou que os disparos provocaram a morte de crianças e idosos, e que as forças sírias responderam à ofensiva para se defender.
O porta-voz condenou a ‘facilidade’ com a qual diversos países e organizações internacionais acusaram os efetivos governamentais pelo massacre.
‘Esperamos que os países grandes se comportem como grandes e ajudem a Síria. Se querem o confronto, a Síria defenderá seu território’, enfatizou o porta-voz ministerial.
Ontem, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou o massacre de Al Haula e pediu ao governo de Bashar al Assad o fim imediato do uso de armamento pesado contra a população, depois que fossem descobertos pelo menos 92 corpos, entre eles os de 32 crianças, nessa cidade da província de Homs.
Para estudar as circunstâncias dos fatos, o Ministério das Relações Exteriores sírio formou uma comissão que divulgará suas conclusões em três dias.
Além disso, Maqdisi reiterou o compromisso de Damasco com o plano de paz de Annan, que estipula o fim da violência – entre outros pontos -, e destacou que a solução da crise é ‘totalmente política’ e passa pelo desenvolvimento de um diálogo entre o governo e a oposição.
O porta-voz confirmou que o enviado internacional e ex-secretário-geral da ONU chegará amanhã à capital síria para avaliar a aplicação da iniciativa de paz.
De acordo com dados das Nações Unidas, desde março de 2011 mais de 10 mil pessoas morreram na Síria em episódios violentos como o da última sexta. Além disso, 230 mil pessoas tiveram que deixar seus lares, embora tenham permanecido no país, e mais de 60 mil buscaram refúgio em países limítrofes, como Turquia e Líbano. EFE