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Damasco mantém bombardeios, Moscou acredita na vitória militar do regime

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4 abr 2012, 16h10

O regime sírio bombardeava redutos rebeldes nesta quarta-feira, apesar da promessa de retirar suas tropas, enquanto sua aliada russa manifestava a certeza de uma vitória militar de Damasco mesmo com a oposição armada “até os dentes”.

Apesar da promessa do poder de aplicar “imediatamente” o plano de paz do emissário internacional Kofi Annan para por fim à violência, os militantes denunciavam a manutenção dos ataques do Exército e dos combates com os rebeldes.

“Da fronteira turca, no nordeste, a Deraa, no sul, as operações militares prosseguem”, afirmou à AFP Rami Abdel Rahmane, presidente do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Pelo menos 41 pessoas morreram nesta quarta-feira em todo o país, em sua maioria civis, em violentos bombardeios e em tiroteios na província de Homs (centro), onde estão entrincheirados os rebeldes, segundo o OSDH.

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“Os tanques bombardeiam e invadem as cidades e aldeias, depois voltam as suas bases. Isso não quer dizer que haja uma retirada”, disse Rahmane.

O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal ator da oposição, indicou um ataque com “dezenas de tanques e blindados” contra a cidade de Taftanaz (noroeste), com as “destruições de casas com seus moradores dentro e execuções sumárias”.

“O regime mantém sua política de genocídio contra o povo sírio”, indicou o CNS em um comunicado, pedindo à comunidade internacional que reaja imediatamente para obrigar o regime a “retirar seus tanques e conter seus genocidas”.

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A retirada dos tanques é um dos principais pontos do plano Annan que Damasco se comprometeu a aplicar até a próxima terça-feira, mas impondo como condição o fim da violência dos rebeldes, que o regime chama de “terroristas”. Já os insurgentes afirmam que não se desmobilizarão até a retirada das tropas.

Um projeto de declaração sobre a Síria em discussão no Conselho de Segurança da ONU pede a Damasco que respeite o prazo de 10 de abril para iniciar a sua desmobilização militar e que a oposição síria faça o mesmo 48 horas após o fim do prazo.

A Síria é sacudida há mais de um ano por uma revolta contra o regime que a reprime de forma violenta. A violência deixou mais de 10.000 mortos, em sua maioria civis, segundo o OSDH.

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Na terça-feira, os Estados Unidos, que acusaram Damasco em diversas oportunidades de não respeitar suas promessas, asseguraram que não possuem prova alguma da intenção do regime de seguir o plano Annan e pediram que o Conselho de Segurança da ONU reaja “muito rapidamente e com vigor”, caso o poder não cumpra sua palavra.

O regime de Assad, único chefe de Estado contestado a se manter no poder em meio à Primavera Árabe, continua tendo o apoio da Rússia, que bloqueou em duas oportunidades ao lado da China as resoluções na ONU condenando a repressão e que assegurou nesta quarta-feira que a oposição não vencerá as forças do governo nem mesmo se ela for armada “até os dentes”.

“Está claro como água da fonte que mesmo que a oposição seja armada até os dentes, não vencerá o Exército sírio, e teremos então uma carnificina que vai durar vários anos, uma destruição mútua”, considerou o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

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O chefe da diplomacia síria, Walid Mouallem, é aguardado na Rússia no dia 10 de abril, e uma delegação de um movimento de oposição sírio, no dia 17 de abril, indicou a diplomacia russa.

Enquanto isso, a onda de contestação popular não perde força. Segundo um vídeo postado por militantes, durante uma manifestação noturna em Hama (centro) na terça-feira, militantes exibiram uma faixa na qual se podia ler “Apesar de todos os bombardeios, nada morreu em nós, exceto o medo”.

O presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Jakob Kellenberger, foi nesta quarta-feira para Deraa (sul) para analisar as necessidades humanitárias neste reduto da contestação, segundo o CICV.

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Dois caminhões transportando ajuda alimentar, kits de higiene e 500 tendas “foram descarregados (em Deraa) nos depósitos do Crescente Vermelho” para uma distribuição, indicou à AFP o porta-voz do CICV em Damasco, Saleh Dabbakeh.

A situação humanitária se agrava, assim como a repressão das forças do governo contra a população.

O plano Annan defende, além do fim da violência por todas as partes sob a supervisão da ONU, o fornecimento de ajuda humanitária às regiões afetadas pelos combates, a libertação das pessoas detidas arbitrariamente e a liberdade de circulação para os jornalistas no país.

Neste contexto, o porta-voz de Kofi Annan anunciou na terça-feira que uma equipe da ONU viajará à Síria nas próximas 48 horas para preparar o plano de mobilização de observadores que devem monitorar a interrupção das hostilidades.

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