Viena, 25 mai (EFE).- O Dalai Lama, líder espiritual budista e do povo tibetano, reafirmou nesta sexta-feira sua vontade em alcançar uma solução para o Tibete em diálogo com as autoridades chinesas, apesar de reconhecer que desde janeiro de 2010 Pequim rejeita reiniciar conversas sobre o assunto.
Em entrevista coletiva em Viena, o décimo quarto Dalai Lama, Tenzin Gyatso, se mostrou otimista sobre o futuro do Tibete, pois, de acordo com ele a ‘força da verdade’ triunfa em longo prazo.
O Tibete defende a autonomia dentro da Constituição da China, sem violação da soberania ou da integridade territorial do gigante asiático. Para alcançar esse objetivo o primeiro-ministro do Governo tibetano no exílio, Lobsang Sangay, destacou o desejo de uma solução negociada.
‘A ocupação do Tibete é inaceitável, o Governo chinês não dá nenhum espaço ao protesto’, disse Sangay ao lembrar que desde o início dos protestos em 2008, reprimidos violentamente pelas autoridades chinesas, 35 tibetanos atearam fogo ao próprio corpo, dos quais 27 faleceram.
Para Sangay, essas manifestações mostram a gravidade da situação no Tibete e ressaltou: ‘desde janeiro de 2010 as autoridades chinesas não aceitaram nenhum dos enviados do Dalai Lama’.
O Dalai Lama, prêmio Nobel da Paz de 1989, disse que a defesa do pacifismo e da cultura budista sairá vitoriosa, pois até na China é cada vez mais freqüente o interesse dos jovens pelo budismo tibetano.
Sobre o suposto apoio dos serviços de inteligência americanos à resistência tibetana, o Dalai Lama garantiu que desde a normalização das relações diplomáticas entre Washington e Pequim no início dos anos 70, não houve nenhum tipo de apoio.
Por outro lado, o líder solicitou aos jornalistas que combatam a corrupção e outros ‘erros’, sobretudo ‘a hipocrisia, que parece ter se transformado em uma tendência’.
Para o Dalai Lama, atrás das crises atuais há uma falta de educação dos valores internos que impedem que uma pessoa ceda à corrupção ou na hipocrisia. EFE