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Da mesma forma que Honduras, Paraguai enfrenta perigo de ficar isolado

Por Da Redação
25 jun 2012, 16h05

Bogotá, 25 jun (EFE).- O novo Governo paraguaio enfrenta o perigo de ficar isolado dos outros países da região, como ocorreu com Honduras durante dois anos por causa do golpe de Estado de 2009, só que o país sul-americano ainda tem o agravante de não possuir saída para o mar.

Da mesma forma que a Bolívia, o Paraguai é um país sem litoral, o que agrava a situação atual, na qual nenhum Governo da América do Sul saiu em defesa de Federico Franco. O novo presidente assumiu a chefia de Estado em substituição de Fernando Lugo na última sexta-feira, pouco depois deste ter sido cassado por má gestão.

Desde a própria sexta os outros países da Unasul, organismo presidido pelo Paraguai temporariamente, anunciaram pouco a pouco consultas ou a retirada de seus embaixadores em Assunção. As nações vizinhas considerarem que houve um golpe de estado na saída de Lugo, apesar de a Constituição do país possuir um mecanismo para um processo político do presidente.

O Governo chileno, um dos que chamou para consultas o embaixador em Assunção, descartou hoje a adoção de sanções comerciais ou medidas que afetem o povo paraguaio, embora tenha dito que a cassação foi ‘legal, mas ilegítima’.

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Enquanto isso, a Venezuela anunciou, inclusive, que não fornecerá combustíveis ao Paraguai enquanto Lugo não voltar à Presidência. Franco, do Partido Liberal Radical Autêntico, foi eleito vice-presidente em 2008, como companheiro de Lugo, e bloqueou até agora o entrada da Venezuela ao Mercosul.

A falta de ratificação do protocolo de adesão da Venezuela por parte do Legislativo paraguaio impediu a assinatura do documento, em 2006, e a entrada da Venezuela ao bloco formado também por Argentina, Brasil e Uruguai.

Franco sempre disse que só aceitaria apoiar uma ratificação da entrada se o presidente venezuelano, Hugo Chávez, aplicasse mudança rumo a uma democracia.

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Paradoxalmente, agora os parceiros do Paraguai no Mercosul lhe negam o direito de assistir à próxima cúpula semestral do bloco, que acontecerá esta semana em Mendoza (Argentina), e invocam para isso a cláusula democrática do Mercosul.

O novo Governo paraguaio, em sua primeira reação à rejeição recebida também por Cuba, Nicarágua, México entre outros países, acusou seus parceiros do Mercosul de não contribuir ‘à paz e a tranquilidade pública do Paraguai, nem à integração regional’.

O chanceler uruguaio, Luis Almagro, afirmou hoje que a suspensão do Paraguai de todos os órgãos decisórios do Mercosul é temporário e que ‘os direitos econômicos e comerciais (do Paraguai dentro do grupo) estão vigentes e não existe nada parecido a um bloqueio econômico’.

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Além disso, o chanceler afirmou que a intenção é fortalecer as relações com o Paraguai, mas ‘com certas garantias democráticas’. O caso do Paraguai será estudado esta semana na Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e na Organização dos Estados Americanos (OEA).

No caso da Unasul, que também tem uma cláusula democrática e enviou a Assunção uma missão de ministros antes da cassação de Lugo como forma de evitar o episódio, o Governo do Peru convidou este sábado os líderes dos países-membros a se reunirem em Lima e discutir da situação no Paraguai.

A Secretaria-Geral do organismo, com sede em Quito, disse nesta sexta-feira à Agência Efe que até não está confirmada oficialmente a reunião, mas o presidente do Equador, Rafael Correa, um dos mais ativos no isolamento de Franco, já anunciou em Twitter que comparecerá.

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A OEA, que em 2009 suspendeu a Honduras pelo golpe de Estado a Manuel Zelaya, também convocou uma reunião de seu Conselho Permanente para esta quarta-feira em Washington, onde os embaixadores perante a OEA realizarão uma ‘apreciação coletiva’ da situação no Paraguai e, se necessário, tomarão decisões.

Na sexta-feira passada ocorreu um encontro, mas não houve consenso para emitir uma resolução.

Honduras foi suspenso do Sistema de Integração Centro-Americana (Sica) e da OEA depois que Zelaya foi retirado da Presidência e do país em 28 junho de 2009 e a Presidência foi assumida pelo presidente do Congresso, Roberto Micheletti.

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No mesmo ano, foram realizadas as eleições gerais, já previstas, e no início de 2010 assumiu o vencedor, Porfirio Lobo, que esperou até junho de 2011 para o país ser readmitido na OEA.

As eleições no Paraguai estão previstas para abril de 2013 e hoje o governante do Uruguai, José Mujica, pediu a Franco que as ‘acelere’ para que o país tenha um presidente eleito nas urnas.

No dia de sua posse, Franco ressaltou que tem intenção de terminar o mandato que vai até 15 de agosto de 2013 e passar então à Presidência para o vencedor das eleições de abril. A Constituição paraguaia não dá ao presidente a possibilidade de ser reeleito. EFE

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