Paris, 22 mar (EFE).- Nas últimas duas semanas, três atentados aconteceram em Toulouse e na cidade vizinha de Montauban, que culminaram na operação para capturar o suspeito, um jovem francês de origem argelina de 23 anos identificado como Mohammed Merah.
Esta é a cronologia dos fatos:
– 11 março: Imad Ibn-Ziaten, um suboficial do primeiro regimento de paraquedistas, de 30 anos, é assassinado em um bairro do leste de Toulouse (sul da França). O autor chegou em uma moto ao local e disparou na cabeça da vítima, que estava vestida como um civil.
– 15 março: A mesma arma e a mesma motocicleta foram utilizadas para matar na cidade vizinha de Montauban outros dois militares de um regimento diferente de paraquedistas, Abdel Chenuf e Chamse-din Leguad, de 25 e 23 anos, respectivamente.
Um terceiro soldado também uniformizado foi ferido gravemente depois que o assassino abriu fogo contra eles em um caixa automático e fugiu.
– 19 março: O colégio Ozar Hatorah de Toulouse é vítima de um tiroteio no qual morreram o professor de religião e rabino Jonathan Sandler, de 30 anos de idade, e dois de seus três filhos, de quatro e cinco anos. No ataque é assassinada também a filha do diretor da escola, de sete anos de idade.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, anuncia que elevou o plano antiterrorista ao máximo nível na região e que mais de 200 investigadores participam de maneira direta na busca do autor dos fatos.
Aumentou a vigilância nas escolas judias e muçulmanas, nos centros de culto e comércios vinculados a essas duas religiões, e também em instalações militares, estações, no aeroporto de Toulouse e no metrô da cidade.
– 20 março: Os investigadores trabalham com o perfil de um indivíduo extremamente determinado, com muito sangue frio e objetivos definidos, que era observado há anos pelos serviços secretos por seus contatos com meios radicais islâmicos.
As quatro vítimas do colégio de Toulouse, que tinham a nacionalidade franco-israelense, foram transferidas a Israel para o sepultamento no dia seguinte em Jerusalém.
– 21 março: Na madrugada de quarta-feira, o suposto assassino é cercado em sua casa de um bairro residencial de Toulouse pelos serviços de segurança.
Às 23h do dia 20 no horário de Brasília, madrugada na França, aconteceu a primeira intervenção policial, abortada depois que vários agentes ficaram feridos.
Em Montauban acontece no início da tarde uma cerimônia de homenagem aos três militares mortos, com a presença de Sarkozy, de vários ministros e dos principais candidatos às eleições presidenciais de abril e maio.
Após 18 horas de cerco, é cortada a energia elétrica do edifício no qual o suspeito se encontrava, imóvel que tinha sido esvaziado.
Às 19h34 em Brasília são ouvidas várias explosões que segundo o Ministério do Interior procuram aumentar a pressão sobre o assassino confesso, que devia ser capturado vivo.
O jovem se define perante os negociadores como um mujahedin membro da Al Qaeda e assume a responsabilidade pelos três massacres.
– 22 mar: Desde a madrugada, membros do corpo de elite RAID mantêm o recurso das explosões como medida de pressão para que o suspeito se entregue.
A Polícia invade às 10h30 no horário local (6h30 em Brasília) o domicílio de Merah, que espera os agentes armado no banheiro da casa.
O suspeito, que dispara ‘violentamente’ contra os efetivos policiais, termina morto no decorrer da operação ao saltar pela janela.
A invasão também deixa dois policiais feridos, informa o ministro do Interior, Claude Gueant, que dirige as operações no local.
Sarkozy discursa ao vivo em televisão a partir do Palácio do Eliseu e promete uma reforma legislativa com medidas penais contra quem faça ‘apologia do terrorismo’ ou violência e aos que viajam ao exterior para passar por doutrinas desse tipo de ideologias.
O presidente afirma, além disso, que ‘a unidade’ deve ser agora a prioridade do país. EFE