Buenos Aires, 10 dez (EFE).- Cristina Kirchner rompeu neste sábado com o protocolo da cerimônia de posse de seu segundo mandato presidencial, ao evocar seu marido e antecessor, Néstor Kirchner, no juramento e receber a faixa presidencial das mãos de sua filha mais nova, Florencia.
Vestida de rigoroso luto, Cristina jurou sobre a Bíblia desempenhar com lealdade e patriotismo o cargo de presidente da nação e acrescentou: ‘se assim não fizer, que Deus, a Pátria e ele (Kirchner) me demandem’.
Desde a morte de Kirchner, em outubro do ano passado, a presidente costuma se referir a seu marido em atos públicos como ‘ele’.
Cristina recebeu a faixa presidencial das mãos de sua filha mais nova e ela mesma tomou o bastão de comando, perante o olhar do vice-presidente em fim de mandato, Julio Cobos, em conflito com o Governo.
Com esta fórmula, a presidente evitou dar uma função a Cobos, que de acordo com o protocolo deveria ter sido encarregado de dirigir a cerimônia de juramento de Cristina.
Visivelmente emocionada, Cristina Kirchner abraçou sua filha enquanto no Parlamento retumbavam os aplausos e as aclamações a governante e a Kirchner.
Presidentes convidados, delegações estrangeiras, legisladores, funcionários, dirigentes peronistas e representantes de organizações de direitos humanos, abarrotam o Congresso argentino. A presidente brasileira, Dilma Roussef, também esteve presente.
Nas ruas, milhares de pessoas cumprimentaram a posse da presidente argentina com cânticos como ‘eu sou peronista, sou soldado de Cristina’.
A presidente partiu neste sábado em helicóptero de sua residência oficial de Olivos, nos arredores de Buenos Aires, acompanhada de seus dois filhos, Florencia e Máximo, e da namorada de seu filho, para dirigir-se à Casa Rosada.
Dali, Cristina se transferiu em carro oficial até o Congresso para a cerimônia de posse, e depois voltaria para a sede do Governo para tomar juramento a seus ministros. EFE