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Cristina Kirchner critica Justiça e ameaça: ‘Ninguém vai me calar’

Em evento na Casa Rosada, presidente reagiu a críticas sobre sua interferência na investigação sobre a morte do promotor Alberto Nisman

Por Da Redação
30 jan 2015, 19h16

Cristina Kirchner tem se manifestado com frequência sobre a misteriosa morte do promotor Alberto Nisman, que a havia acusado de tentar acobertar o envolvimento do Irã no atentado a um centro judaico em Buenos Aires. As declarações da presidente não vieram nem pelo meio nem da forma mais adequada – a mudança de sua versão sobre a morte é prova disso. Nesta sexta-feira, porém, ela deixou claro que não pretende adotar o comedimento que a gravidade do assunto exige.

Em seu primeiro ato oficial em um mês, Cristina criticou o Poder Judiciário e advertiu que não permitirá que “lhe digam para calar a boca”. Foi uma reação à crítica feita pela Associação de Magistrados do país, que acusou a presidente de “interferir” na investigação da morte de Nisman ao opinar sobre o caso. “Foi uma frase pouco feliz. Juízes e promotores dizem todos os dias o que pensam e têm todo o direito de fazê-lo. Ninguém de outro poder pode dizer à presidente que cale a boca e não fale. Vou falar todas as vezes que queira falar”, declarou em discurso transmitido em rede nacional.

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Ricardo Sáenz, vice-presidente da associação, disse que “não é conveniente que (a presidente) siga opinando desta forma. Uma coisa é o debate político e outra coisa é opinar diretamente sobre o caso”.

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Representantes da Justiça e da oposição têm criticado as declarações da presidente desde a morte de Nisman, no último dia 18. Primeiro, Cristina publicou uma carta em seu perfil no Facebook na qual falava em ‘suicídio’. Dias depois, mudou totalmente seu discurso, ao declarar-se “convencida” de que não foi suicídio. Em um pronunciamento gravado que foi ao ar segunda-feira, ela defendeu uma reforma na Inteligência e voltou a criticar o trabalho do procurador. Em todas as ocasiões, tentou apontar um complô para desestabilizar seu governo.

Nisman foi encontrado morto no banheiro do apartamento em que morava, na capital argentina, dias depois de ter apresentado uma grave denúncia contra a presidente e vários apoiadores, segundo a qual um esquema paraestatal havia sido montado para inocentar iranianos envolvidos no ataque contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994, que deixou 85 mortos. O procurador analisava o caso desde 2004 e havia concluído que o esforço para acobertar a participação iraniana tinha como objetivo conseguir uma contrapartida comercial.

A acusação e a morte do promotor são complicações consideráveis para Cristina Kirchner em um ano de eleições presidenciais. A campanha eleitoral está paralisada em meio a comoção no país e a presidente achou por bem tentar se distanciar da controvérsia, repudiando os que tentam envolver o país em “conflitos de fora”. “Discordamos porque um é peronista e outro radical, ou revolucionário… pelas nossas coisas e nossos problemas. Debatamos essas coisas, mas que não tragam para cá conflitos que estão causando desolação e morte em outros lugares. Não permitamos que nos dividam. Vamos para as próximas eleições com paz, tranquilidade e alegria”, disse. “Defendamos a Argentina mais do que ao governo”, acrescentou, segundo o La Nación.

(Com agência EFE)

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