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Crise na Venezuela: menina quase morre por causa de um arranhão

Ashley Pacheco, de 3 anos, sofreu com uma infecção severa após passar por cinco hospitais em Caracas. Nenhum deles tinha o antibiótico que precisava

Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h58 - Publicado em 5 out 2016, 17h49

Uma menina de 3 anos quase morreu na Venezuela porque os hospitais locais não possuíam os medicamentos necessários para tratar a infecção provocada por um arranhão no joelho. A história de Ashley Pacheco, reportada pela agência de notícias Associated Press, evidenciou mais uma vez a grave crise hospitalar e de escassez de medicamentos enfrentada pelos venezuelanos atualmente.

A condição médica de Ashley começou com uma febre duas semanas depois de um tombo que resultou em um simples arranhão no joelho, em julho. Seus pais a levaram a uma clínica em Caracas, onde os médicos disseram que ela logo se recuperaria. Como a febre não cessava, o casal levou a criança a outros três hospitais, mas nenhum deles possuía o antibiótico ou quartos disponíveis para interná-la.

No quarto hospital, os médicos diagnosticaram uma infecção bacteriana e ministraram a última dose de antibiótico que tinham em estoque. Em casa, Ashley continuou a piorar.

Um raio-x mostrou que a bactéria havia se espalhado do machucado no joelho para um dos pulmões, que estava entrando em colapso. Os médicos informaram a necessidade imediata de uma drenagem torácica e de novas doses de antibiótico, mas os medicamentos estavam em falta no Hospital Universitário de Caracas – o quinto por onde a família passou – e em praticamente todos os outros hospitais e farmácias da cidade.

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Depois de mobilizarem dezenas de pessoas atrás do remédio, os pais conseguiram convencer um médico particular da cidade a doar o antibiótico. Mas, por causa da demora no tratamento, Ashley precisava também de uma cirurgia de emergência no joelho infectado, e somente duas das 27 salas de cirurgia do hospital estavam funcionando. Além da menina, outras 150 crianças aguardavam na fila para realizar procedimentos cirúrgicos.

Segundo a agência AP, o hospital onde a menina aguardou pela cirurgia, um dos melhores do país, estava imundo. Além de cachorros vagando pelo prédio, os pais da criança afirmaram que viam baratas nas paredes constantemente. As refeições servidas aos pacientes também eram escassas.

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Durante o tempo que esperava pela cirurgia, a febre de Ashley voltou a subir e os médicos descobriram uma infecção fúngica nos pulmões. Para piorar, a infecção havia se espalhado para o coração. Mais uma vez, o hospital onde estava internada há quase um mês não possuía os medicamentos necessários.

A solução para o problema da menina veio quando a mãe de uma criança que faleceu no mesmo hospital doou os remédios para ela. Somente no final de setembro, após a cirurgia, os médicos declararam que Ashley estava livre da infecção e ela finalmente poderia ir para casa.

A crise hospital e escassez de medicamentos na Venezuela chegou a níveis extremamente graves nos últimos anos. Atualmente, o governo centraliza todas as importações de remédios e outros aparelhos médicos, com concessões às empresas com preços mais baixos. Contudo, é incapaz de assumir a dívida com a indústria farmacêutica, que já excede 5 bilhões de dólares, ou quase 20 bilhões de reais. Já a produção nacional, como os outros setores do país, não recebe as matérias-primas necessárias.

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