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Crise na educação marca a eleição presidencial no Uruguai

Presidente José Mujica reconheceu que a degradação do ensino é uma das principais falhas de seu governo. País investe menos que seus vizinhos na área

Por Da Redação
26 out 2014, 09h29

País com tradição em ensino gratuito, obrigatório e laico, e que tem a menor desigualdade na América Latina, o Uruguai enfrenta um problema na área educacional – e a educação foi um dos principais temas na campanha política para eleger neste domingo um novo presidente e um novo congresso. No Uruguai, 84% dos alunos estudam em escolas e universidades públicas, constituindo uma exceção na América Latina, onde a educação foi privatizada a partir dos anos setenta. Porém, os últimos resultados do Pisa (Programa Internacional para a Avaliação de estudantes, de 2012) mostraram que o desempenho dos alunos uruguaios caiu em relação ao exame anterior, de 2003.

Além disso, apenas 37% dos estudantes uruguaios terminam o ensino secundário, enquanto no Brasil o número é de mais de 70% na Argentina, 60%. O fraco desempenho educacional é agravado pela economia claudicante do país, que não consegue criar empregos para todos os jovens, e muitos deles ficam sem estudar e sem trabalhar. O presidente José Mujica reconheceu publicamente que a educação tem sido a principal falha de seu governo, uma lacuna que fomentou a oposição nesta campanha eleitoral. Pesquisas também indicam que a educação é uma das principais preocupações da população.

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Candidatos – Os dois principais à Presidência, e apontados como nomes certos para o segundo turno, o governista Tabaré Vázquez e o opositor Luis Lacalle Pou, fizeram colocaram a educação no centro de suas campanhas. E ambos prometeram aumentar os gastos com a educação e melhorar a qualidade de ensino no país.

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Neste domingo, um total de 2,6 milhões de uruguaios estão habilitados a eleger presidente, 30 senadores e 99 deputados que integram o Parlamento, além de se pronunciar sobre um plebiscito para reduzir a 16 anos a maioridade penal. Mas, segundo todas as pesquisas, nenhum dos candidatos teria mais de 50% dos votos e por isso, os dois mais votados terão que voltar a se enfrentar em um segundo turno, em 30 de novembro. “Hoje, a certeza é o segundo turno. Não há nenhum partido que, por si só, tenha maiorias parlamentares”, afirmou Juan Carlos Doyenart, diretor da consultoria Interconsult.

Vázquez é a aposta da coalizão Frente Ampla (FA) para se manter no poder, mas as pesquisas atribuem a ele entre 43% e 46% das intenções de voto, insuficientes para obter a maioria parlamentar com a qual a esquerda governou na última década e que lhe permitiu aprovar de reformas tributárias e na saúde à legalização do aborto e da maconha. Embora Lacalle Pou reúna pouco mais de 30% das intenções de voto, ele já anunciou que, se passar para o segundo turno, buscará o apoio de Pedro Bordaberry, candidato do também tradicional Partido Colorado (centro-direita), que deve obter entre 15% e 18% dos votos.

Apesar da alta do PIB de 4,4% em 2013, completando 11 anos de crescimento, desemprego na casa dos 6% e a forte queda da pobreza após 10 anos de governo, a Frente dá sinais de um desgaste natural, avaliou Doyenart, enquanto Lacalle Pou encarna uma mudança, “não só por ser jovem [ele tem 41 anos], mas pelo estilo”.

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