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Crise econômica sela destino de Zapatero, que sai do poder

Por Da Redação
17 nov 2011, 13h46

A crise econômica selou o destino do chefe de governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, que desistiu de se candidatar nas eleições de 20 de novembro e deixará o poder ao final de seu segundo mandato. Ciente do desgaste provocado pela recessão que atinge a economia da Espanha, Zapatero cedeu lugar na disputa a Alfredo Pérez Rubalcaba. Atualmente, o país tem quase cinco milhões de desempregados, crescimento zero e vive em um cenário de amplos cortes sociais.

Contudo, o anúncio de sua retirada, no começo de abril, não evitou que o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) sofresse uma derrota histórica nas eleições municipais e regionais em redutos tradicionais como Extremadura e Castilla-La Mancha, ou nas prefeituras de Barcelona e Sevilha. E o futuro não é mais animador – as pesquisas apontam o Partido Popular (PP) como o grande vencedor das eleições de domingo.

A chegada ao poder de Zapatero, em 2004, foi uma surpresa. Na ocasião, o PP era o favorito segundo as pesquisas. A escolha de seu nome como líder do PSOE, em 2000, também não era esperada. A vitória em 2004 foi precedida por três dias de intensa comoção na Espanha pelo atentado a quatro trens em Madri, em 11 de março, que causou a morte de 191 pessoas e deixou 1.800 feridas. O ato terrorista foi praticado pela rede islâmica Al Qaeda.

Ascensão – Zapatero chegou ao poder aos 43 anos e sem nunca ter desempenhado cargos importantes. Sua primeira decisão como presidente foi retirar as tropas espanholas do Iraque. Para seu gabinete, escolheu como número dois uma mulher, María Teresa Fernández de la Vega, e também instalou a igualdade de gênero em seu ministério, composto praticamente pelo mesmo número de representantes dos sexos masculino e feminino. Esse foi o prelúdio de uma série de medidas de ampla repercussão social, consideradas seu principal legado – a aprovação da Lei de Igualdade de Gênero e a legalização do casamento homossexual.

Sua segunda vitória, em 9 de março de 2008, de novo contra o líder conservador Mariano Rajoy, foi apresentada por Zapatero como “a segunda parte de um projeto de modernização definitiva da Espanha”. Em seu segundo período no poder, contudo, a Espanha recebeu uma visita indesejada: a recessão. A crise fez com que a União Europeia cobrasse da Espanha a redução de seu déficit público. Zapatero se viu então obrigado a adotar uma série de cortes sociais impopulares, como o rebaixamento de salários dos funcionários públicos e uma polêmica reforma trabalhista, que ocasionou uma greve geral em setembro de 2010.

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Críticas – Seus críticos, liderados pelo PP, acusam o líder de ser um chefe de governo fraco, sem um programa consistente, e de ter agravado a situação econômica do país ao negar a existência da crise logo em seu início. Zapatero também foi questionado por sua postura diante dos movimentos nacionalistas catalão e basco, e por ter negociado com a organização terrorista ETA. Além disso, setores da esquerda o criticam por ter adotado políticas da direita liberal na reta final de seu segundo mandato. Outro alvo do PP foi a política externa de Zapatero, que questionou a oportunidade da saída do Iraque e as relações da Espanha com Cuba e Venezuela. O conturbado segundo mandado do socialista, no entanto, teve em seu final pelo menos uma boa notícia: o anúncio do abandono da violência pelo ETA.

O líder do PSOE nasceu em Valladolid no dia 4 de agosto de 1960, e passou a maior parte de sua vida na cidade vizinha de León, onde estudou Direito e conheceu sua esposa, Sonsoles Espinosa. Zapatero foi professor de Direito Constitucional e se filiou ao PSOE em 1979, aos 19 anos. Em 1986, transformou-se no deputado espanhol mais jovem da história do país. Pai de duas meninas, Laura e Alba, é torcedor do Barcelona.

Recentemente, ele afirmou que o problema do desemprego tira seu sono. “Sinto-me responsável por todas as pessoas sem emprego e que vivem sem esperança”, disse o governante em comício realizado na Galícia. Sobre seu futuro, Zapatero disse apenas que pretende retornar à cidade onde passou boa parte de sua vida, León.

(Com agência EFE)

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