Cidade do Vaticano, 16 fev (EFE).- A crise econômica afetou o balanço provisório consolidado da Santa Sé para o ano de 2012, informou nesta quinta-feira o Vaticano, que, no entanto, expressou ‘satisfação’ pelos resultados analisados.
Nos dias 14 e 15 de fevereiro, o Conselho de Cardeais se reuniu no Vaticano para o estudo das questões econômicas e de organização da Santa Sé, presidido pelo secretário de Estado ( equivalente a um primeiro-ministro), o cardeal Tarcisio Bertone.
O objetivo, informou nesta quinta o Vaticano, foi analisar o balanço provisório consolidado da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano para 2012.
O Vaticano distingue entre a Santa Sé, que inclui os dicastérios – ministérios – e organismos anexos, além das nunciaturas (embaixadas pelo mundo), e o Estado da Cidade do Vaticano – que tem uma administração independente -, onde está a Basílica de São Pedro e, entre outros, os Museus Vaticanos.
Participaram da reunião, entre outros, o cardeal Odilo Pedro Scherer (São Paulo), Antonio María Rouco Varela (Madri), Norberto Rivera Carrera (Cidade do México), Juan Luis Cipriani (Lima) e Jorge Liberato Urosa Savino (Caracas).
‘Apesar de se mostrarem satisfeitos com os resultados apresentados, os cardeais manifestaram sua preocupação pela situação de crise geral, que não poupou nem sequer o sistema econômico vaticano em sua totalidade’, afirmou o Vaticano em comunicado, no qual não divulgou números.
Os cardeais destacaram, segundo o documento, que a ‘insubstituível’ fonte de financiamento da Santa Sé é constituída ‘pelas livres doações dos fiéis’, aos quais exortaram ‘a perseverar nessa obra de bem’. Os religiosos ressaltaram ainda a ‘constante melhora’ da administração dos bens e dos recursos econômicos.
Nessas palavras, observadores vaticanos viram uma ‘resposta’ às acusações feitas no ano passado pelo atual núncio nos Estados Unidos e ex-secretário geral do Governatorato da Cidade do Vaticano – o Governo que administra o Estado -, o arcebispo Carlo Maria Viganó, em carta enviada ao papa na qual denunciava ‘a corrupção e má gestão’ na administração vaticana.
A Santa Sé fechou 2010 com uma receita no valor de 9,8 milhões de euros e o Estado da Cidade do Vaticano com um resultado positivo no valor de 21 milhões de euros.
Nos dicastérios e outros organismos da Santa Sé, trabalhavam em 31 de dezembro de 2010 um total de 2.806 pessoas, em sua imensa maioria fiéis e religiosos, contra 2.762 em 2009.
Já no Estado da Cidade do Vaticano, o menor do mundo, com apenas dois quilômetros, trabalhavam 1.876 pessoas, enquanto em 2009 havia 1.891. EFE