Criminoso de guerra americano é achado morto na prisão
Responsável pelo estupro e execução de uma menina iraquiana, o ex-soldado Steven Dale Green cumpria pena de cinco prisões perpétuas consecutivas
O ex-soldado americano Steven Dale Green, condenado a cinco penas perpétuas pelo massacre de uma família iraquiana em 2006, foi achado enforcado em sua cela em uma prisão de segurança máxima em Tucson, no Arizona. O aparente suicídio aconteceu no último sábado, mas as autoridades americanas divulgaram a notícia da morte de Green apenas nesta terça-feira.
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Massacre – Em um dos crimes de guerra mais chocantes praticados durante a ocupação americana no Iraque, Green e outros três soldados estupraram e mataram Abeer Qassim Hamza, uma menina de 14 anos, depois de executarem seus pais e sua irmã mais nova, de 6 anos. Os militares faziam parte de um posto de controle das forças americanas na cidade de Mahmudiyah e planejaram o estupro de Abeer enquanto jogavam cartas e bebiam uísque. Depois do massacre, eles colocaram fogo em parte do corpo da jovem para tentar acobertar o crime.
Em declaração para o jornal Los Angeles Times, o advogado de Green afirmou que o ex-soldado estava em uma cela isolada depois de ter brigado com outros detentos recentemente. Segundo o advogado, Green não havia mostrado sinais de depressão em uma carta escrita há dois meses.
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Condenação – Diagnosticado com transtorno de personalidade antissocial, Green foi dispensado do Exército dois meses após o massacre – antes que seu nome fosse ligado às mortes. Por causa disso, ele foi o único dos acusados a ser julgado como civil, por um tribunal federal e não pela corte marcial. Declarado culpado em maio de 2009, escapou da pena de morte apenas por falta de unanimidade no júri. Acabou condenado a cinco prisões perpétuas consecutivas.
Julgados por um tribunal militar, os outros três responsáveis pelo massacre concordaram em depor contra Green e receberam penas mais leves, entre 90 e 110 anos de detenção em uma prisão militar. Ao receber a sentença, Green reclamou da diferença entre sua pena e a dos outros soldados, mas reconheceu sua culpa no massacre. “Não vou agir como se o que aconteceu fosse normal. Foi algo doente. Mas vocês não sabem o que aconteceu, não entendem nada”, disse ele.
(Com agência EFE)