A Organização das Nações Unidas (ONU) acusou nesta sexta-feira insurgentes e milícias iraquianas de recrutar crianças para fazer atentados suicidas. A declaração confirma uma suspeita dos militares americanos que ocupam o país, e haviam levantado a desconfiança em momentos passados.
Após uma viagem de cinco dias ao Iraque, a representante especial das Nações Unidas para Crianças e Conflitos Armados, Radhika Coomaraswamy, disse estar convencida de que as crianças são “as vítimas silenciosas da violência atual”. Em entrevista à rede BBC, Radhika afirmou que muitas dessas crianças são pagas para colocar bombas em determinados lugares ou fazer ataques com morteiros.
Em fevereiro, o Exército americano já havia divulgado vídeos nos quais terroristas aparecem treinando crianças de cerca de 10 anos de idade para seqüestrar e matar. Segundo Radhika, isso acontece há quatro anos. “Desde 2004, um número crescente de crianças foi recrutado para várias milícias e grupos insurgentes, inclusive como suicidas”, afirmou a representante da ONU.