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Covid-19: Mais de 11.000 casos nos EUA estão ligados à indústria da carne

As processadoras Tyson Foods, Smithfield e JBS enfrentam o dilema de retomar a produção e garantir a segurança dos funcionários

Por Da Redação
Atualizado em 26 Maio 2020, 18h10 - Publicado em 26 Maio 2020, 17h46

A maior processadora de carne dos Estados Unidos, Tyson Foods, registra mais de 7.000 casos do novo coronavírus entre seus funcionários nesta terça-feira, 26, de acordo com um levantamento do jornal americano The Washington Post. No mês passado, as infecções não chegavam a 1.600. O suprimento de carne do país está baixo. Relatório de maio do CoBank, banco que financia indústrias americanas, alerta que a quantidade de carne nos supermercados deve diminuir até 35%. Além disso, os preços podem subir 20%.

No mês passado, o número de infecções nas três maiores processadoras de carne do país – Tyson Foods, Smithfield Foods e JBS – passou de 3.000 para mais de 11.000, segundo a análise do Post. Além disso, as mortes de trabalhadores do setor triplicaram, passando de 17 para pelo menos 63.

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A disparada ocorreu apesar das medidas milionárias adotadas contra o vírus, como barreiras sanitárias, uso obrigatório de máscaras e a construção de clínicas médicas nas fábricas. O setor de carnes escancara o desafio da retomada econômica, mesmo em serviços essenciais como o de processamento de alimentos. Apenas uma parte dos funcionários da Tysson Foods voltou ao trabalho, para possibilitar o distanciamento social.

No momento, os supermercados ainda contam com o excedente dos meses anteriores à pandemia. Após o presidente Donald Trump ordenar a reabertura de processadoras de carnes no fim de abril, a indústria enfrenta os dilemas da escassez de alimentos e da segurança dos seus trabalhadores. A ordem executiva federal designou os produtores de carne como um “serviço essencial”, instruindo que seguissem as orientações dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC’s). Também permitiu contratos especiais para o acesso a equipamentos de proteção.

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Membros do Partido Democrata disseram suspeitar que a ordem executiva de Trump apressou a reabertura das fábricas. A Tyson Foods fechou no dia 22 de abril. Menos de duas semanas depois, a produção foi retomada no dia 7 de maio, sem explicação para a nova linha do tempo. Ao longo de maio, mais da metade das 30 fábricas de processamento de carne fechadas por causa do coronavírus foram reabertas, segundo o Post.

“A segurança dos membros da nossa equipe é primordial. Só reabrimos nossas instalações porque acreditamos que podemos fazê-lo com segurança”, disse Gary Mickelson, diretor de comunicações da Tyson Foods.

Quatro das fábricas que reabriram após a ordem de Trump tiveram surtos, com mais de 700 casos positivos nos estados de Indiana, Iowa e Dakota do Sul. Neste último, os casos de coronavírus vinculados à indústria da carne representam 29% do total de casos do estados.

O debate sobre a reabertura se complica ainda mais devido à situação dos funcionários. O fechamento das processadoras afetou 45.000 trabalhadores americanos, de acordo com o Sindicato Internacional dos Trabalhadores Comerciais e Alimentares. A brasileira JBS, a segunda maior processadora de carne dos Estados Unidos, disse que continua pagando 10% da sua força de trabalho para ficar em casa, a parcela com comorbidades.

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Uma de suas fábricas no Colorado foi forçada a fechar no meio de abril, após cerca de 100 trabalhadores contraírem o vírus e três morrerem. Outro trabalhador morreu durante o fechamento e mais quatro desde que a instalação foi reaberta em 24 de abril. Atualmente, os casos de coronavírus nessa fábrica ultrapassam 300.

Nikki Richardson, porta-voz da JBS, disse ao Post que a empresa adotou mais de 100 milhões de dólares em medidas de segurança em todas as suas instalações, como a disponibilidade de equipamentos de proteção pessoal e maiores esforços de desinfecção e saneamento.

Uma das fábricas da processadora Smithfield Foods, na Califórnia, foi processada por um funcionário não identificado que alegou haver falhas nas medidas de proteção aos trabalhadores. O caso foi julgado improcedente, favorecendo a Smithfield, que o classificou como a acusação como “frívola” e “ilusória”. Menos de duas semanas depois, a mesma fábrica registrou um surto de coronavírus, de acordo com relatos da imprensa local.

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