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Corte de energia em Gaza pode agravar conflito israelense

Com redução do pagamento da Autoridade Palestina, território terá apenas duas horas diárias de eletricidade fornecida por Israel

Por Da redação
Atualizado em 12 jun 2017, 15h08 - Publicado em 12 jun 2017, 15h03

Israel decidiu reduzir o fornecimento de energia elétrica para a Faixa de Gaza, provocando preocupação frente ao risco de que isso possa desencadear uma nova onda de violência no território palestino, controlado pelo Hamas. O movimento islâmico palestino advertiu contra o risco de uma “explosão” no enclave, onde dois milhões de palestinos vivem reclusos, submetidos a bloqueio, no qual enfrentam uma severa escassez de energia.

O fornecimento diário atual à Faixa de Gaza, segundo a imprensa israelense, será reduzido em até 35%, o que deixará os habitantes locais com apenas duas horas de energia elétrica a cada 24 horas. O abastecimento de eletricidade é uma preocupação primordial no enclave à beira do deserto, principalmente em pleno Ramadã e com a aproximação do verão.

Tal medida alarmou a comunidade internacional, preocupada com o potencial desestabilizador em um território que atravessou três guerras com Israel desde 2008 e uma quase guerra civil entre as facções palestinas. O ministro israelense da Segurança Interna, Gilad Erdan, explicou a decisão do governo pelas divisões entre os palestinos. Foi a Autoridade Palestina de Mahmud Abbas que decidiu “reduzir significativamente” os pagamentos que faz a Israel para o fornecimento de energia elétrica em Gaza, disse ele, e “seria ilógico fazer Israel pagar parte da conta”.

O Hamas expulsou a Autoridade Palestina de Gaza em 2007. A Autoridade, reconhecida pela comunidade internacional, exerce suas prerrogativas apenas na Cisjordânia ocupada, separada da Faixa de Gaza por Israel. Todas as tentativas de reconciliação falharam. Mas a Autoridade continua a pagar a energia fornecida por Israel aos habitantes de Gaza.

 “Uma catástrofe”

Israel e a Autoridade cooperam em vários campos, apesar da persistência do conflito. Em contrapartida, Israel (bem como os Estados Unidos e a União Europeia) considera o Hamas uma organização terrorista e submete Gaza a um bloqueio rigoroso. No entanto, vende aos palestinos grande parte da eletricidade na Faixa de Gaza.

Um membro da Autoridade Palestina sugeriu que o órgão, após uma década de conflito com o Hamas, decidiu aumentar a pressão. Segundo Tareq Rechmaui, todo mês há 10 anos a Autoridade Palestina “paga 45 milhões de shekels (41,8 milhões de reais) para Israel e sete milhões de shekels (6,7 milhões de reais) para o Egito para abastecer Gaza com eletricidade”.

O Hamas é responsável pela “deterioração da situação” por sua recusa em reconciliação, afirmou Tareq. “Para superar a crise, o Hamas deve responder à proposta de Mahmud Abbas de acabar com a divisão” política, acrescentou.

Em comunicado, Abdellatif al-Qanu, porta-voz do Hamas disse que a redução atual do fornecimento, seguindo “um pedido de Mahmud Abbas”, é “uma catástrofe” que irá afetar os habitantes de Gaza. Esta decisão “precipita a explosão na Faixa de Gaza”, acrescentou, sem especificar se falava de uma explosão social ou novo confronto com Israel.

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Questionado sobre esse risco, o ministro israelense da Segurança Interna declarou “não ter certeza que isso provocará um confronto militar”. “Pode ser que os palestinos comecem a compreender a catástrofe que o Hamas representa para eles”, afirmou.

A Autoridade Palestina também reduziu em abril o salário de seus funcionários no enclave, provocando uma onda de descontentamento e manifestações. Para o Hamas, tais medidas avivam as incertezas criadas recentemente pela crise diplomática envolvendo o Catar, um de seus maiores apoios.

(com AFP)

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