Corte alemã proíbe colagem de cartaz contra odor em loja de queijo
Dono do comércio acusa a atividade agrícola e os vizinhos como responsáveis pelo odor; acusadora se diz feliz, mesmo perdendo processo
O tribunal regional de Munique II, na Alemanha, determinou na terça-feira 17 que uma mulher pare de colar adesivos na vitrine de uma loja de queijo que acusam o comércio de exalar mau cheiro. Manuela Kragler, que colou os cartazes, faz parte de uma campanha contra a queijaria, que existe desde 2016.
‘Uma loja que guarda grandes quantidades de queijo produzir um odor é a constatação de um fato’, determinou a corte de Munique, capital do estado da Baviera. Os sinais de “alerta olfativo”, como descreveu o jornal alemão Süddeutsche Zeitung, foram considerados um ataque à reputação do estabelecimento, que se chama Tölzer Kasladen.
Kragler vive no imóvel acima do Tölzer Kasladen, na cidade de Bad Heilbrunn, que contava com menos de 4.000 habitantes segundo censo de 2011.
A corte, entretanto, determinou que Kragler pode continuar a dizer que “há um odor que é um incômodo e que ela acha que cheira mal”, já que é seu direito de “expressar sua opinião”. “Estou feliz por minha opinião estar correta e por poder continuar dizendo como me sinto a respeito”, ironizou ela ao jornal alemão Bild.
Assim como Kragler, outros vizinhos da loja de queijo criticam o odor desde 2016, reporta a imprensa alemã. Segundo a emissora britânica BBC, Krangler acredita que o cheiro da Tölzer Kasladen chega no seu apartamento “através da janela, das escadas e até mesmo das tomadas”.
O dono do estabelecimento, Wolfgang Hofmann, está contente com a decisão. “Queijo cheira, claro. Mas não fede”, disse ele ao portal de notícias Euronews. Estima-se que a Tölzer Kasladen armazene mais de 200 tipos de queijo e fermente cerca de três toneladas do laticínio.
A BBC afirma que Hofmann acusa a “atividade agrícola na área” e vizinhos que escondem queijo “atrás de uma caixa de fusíveis para culpá-lo” de ser os responsáveis pelo odor.
O Bild reporta que Kragler arcará com 25% dos custos legais com o processo, e Hofmann com os restantes 75%.