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Corpos espalhados e devastação levam desespero aos moradores de Sirte

Por Por Marc BASTIAN
23 out 2011, 13h40

“É a minha casa, é a minha loja. Está tudo destruído”, lamenta-se Beifala Omar, 25, tentando limpar o que restou das ruínas em Sirte, a cidade-fantasma repleta de corpos, último refúgio de Muamar Kadhafi até sua morte na quinta-feira.

Depois de semanas de bombardeios diários da Otan e de combates pesados, comboios de picapes de combate começam a deixar a cidade, deixando para trás apenas a devastação.

“Nós estamos indo para casa. Acabou, Kadhafi está morto”, brincou, divertido, um veterano do Conselho Nacional de Transição (CNT).

No centro da cidade, as enfermeiras estão ocupadas com os cerca de 175 corpos cobertos com plástico branco: os últimos soldados de Kadhafi.

Pelo menos 25 outros mortos, carbonizados, encontrando-se espalhados nas proximidades.

O Hotel Al-Mahari, crivado de balas, é um espetáculo igualmente assustador: mais de 60 corpos apodrecem no gramado, alguns com um buraco de bala em sua cabeça.

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O cheiro é terrível. “O hotel foi usado como prisão pelos os homens de Kadhafi, quando prenderam nossos homens e os executaram antes de fugir”, contou Sharif Ahmad Sharif, um veterano pró-CNT.

Quanto mais perto do centro da cidade, maior é a devastação. Não existe um único edifício intacto, o chão está tomado de cápsulas de bala. Nenhum vidro está intacto. Todas as lojas estão fechadas, e não há nenhum vestígio dos milhares de moradores.

Ainda há fumaça em alguns lugares.

A área 2, onde os últimos pró-Kadhafi se refugiaram, é a mais atingida. Resta apenas escombros, telhados desabados e postes caídos sob um céu cinzento.

Ahmad Ali, um homem com cabelos grisalhos que deixou a cidade voltou para tentar recuperar o que pouco sobrou. “Não tenho nada para fazer aqui. Sirte acabou”, constatou, melancolicamente.

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“Algumas famílias estão voltando para fazer negócios. Mas ninguém fica, todos vão embora imediatamente”, observa Slimane Kilani.

Omar Beifala quer, no entanto, voltar. Junto com amigos, tenta retirar os escombros diante da casa em que vivia com sua família.

O imóvel está destruído e também foi saqueado.

“Foram os homens de Kadhafi e os revoluconários que fizeram isso. Para nós, eles são todos iguais. Sabia que os combates tinham sido muito violentos, mas tudo isso é triste. Muito triste”, conclui.

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