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Corpos empilhados, gritos… fotógrafo da AFP conta atentado em Cabul

Por AFP
6 dez 2011, 13h13

Pilhas de corpos de crianças, gritos de mães, uma menina desorientada coberta de sangue… Um fotógrafo da AFP estava no local onde um homem-bomba detonou uma carga de explosivos nesta terça-feira no meio de uma procissão xiita em Cabul.

“Eu cobria as celebrações da Ashura, durante a qual os homens se flagelam com correntes, e então houve uma enorme explosão”, disse Massud Hossaini, fotógrafo da AFP na capital afegã.

A Ashura é uma das festas mais sagradas dos muçulmanos xiitas, minoritários no Afeganistão, país com mais de 80% da população sunita. Centenas de pessoas estavam reunidas para assistir à procissão, perto de um santuário xiita, no centro da cidade.

Pouco tempo depois da detonação, as pessoas começaram a correr e outras tentaram se esconder com medo de uma segunda explosão.

“As pessoas fugiam e eu corria no sentido contrário”, contou Massud Hossaini que correu para o local da explosão, que aconteceu alguns metros atrás dele, enquanto fotografava a procissão.

“Imediatamente vi muitos corpos no chão, muita gente chorava, outras tiravam fotos ou filmavam com seus celulares. As pessoas gritavam “Morte à Al-Qaeda! Morte ao Talibã”.

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Este atentado matou 55 pessoas e deixou 134 feridos, segundo o último registro oficial. Foi o mais violento na capital desde 2008, quando um ataque contra a embaixada da Índia matou mais de 60 pessoas.

No chão, “corpos formavam um grande círculo em volta de um centro onde devia estar o homem-bomba”, explicou Hossaini.

“Na beira da rua, não muito longe da mesquita, havia um lugar onde mulheres e crianças se reuniram para participar da procissão. Vi muitas crianças feridas que não se mexiam”, contou.

“Uma mãe segurava seu bebê, os dois imóveis”. Um pouco mais distante dali havia sangue, pedaços de corpos, de cérebros, tudo espalhado pela rua.

“Vi uma menina de uns 12 anos, totalmente ensanguentada, ela não sabia o que fazer (…) chorava muito”, prosseguiu o fotógrafo.

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Uma mulher se aproximou, carregava duas crianças, uma delas, um garoto de cinco anos, parecia muito ferido. “Ela me disse ‘olha meu bebê, está morrendo, você pode me ajudar?’ Mas eu não podia, eu não podia fazer nada, estava em prantos”, continuou.

Um homem chegou, pegou a criança e colocou-a no chão depois de constatar que ela estava morta.

Apenas muito tempo depois, descobriu que tinha sido ligeiramente ferido na mão por estilhaços.

“Tenho sorte de estar vivo”, reconheceu Massud Hossaini.

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