Coronavírus tem segunda morte fora da China, em Hong Kong
A vítima foi um homem de 39 anos com uma doença subjacente que havia visitado a cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto
A epidemia do coronavírus teve a primeira morte em Hong Kong nesta terça-feira, 4, representando mais um problema para o centro financeiro internacional após os protestos contrários ao governo chinês, e Macau, o maior playground de apostas do mundo, pediu que seus cassinos fechassem suas portas.
A vítima em Hong Kong foi um homem de 39 anos com uma doença subjacente que havia visitado a cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto e que agora se encontra em isolamento.
É a segunda morte pelo novo coronavírus fora da China continental. Um homem também morreu nas Filipinas após visitar a cidade de Wuhan.
Milhares de funcionários de saúde em Hong Kong, que é uma região autônoma da China, realizaram um segundo dia de greves pedindo o fechamento total das fronteiras com o território principal da China depois que três pontos de fronteira foram deixados abertos.
“Não estamos ameaçando o governo, só queremos prevenir a epidemia”, disse um enfermeiro que participava da greve.
Na província de Hubei, no centro da China, epicentro da epidemia, a TV estatal informou que houve 3.156 novos casos do vírus e outras 65 mortes, elevando o total de fatalidades relacionadas a vírus em Hubei para 479 na terça-feira.
Na frente financeira, os mercados globais e chineses tiveram alta, tanto a Europa quanto metais tiveram suas melhores sessões no ano após a principal bolsa de Xangai perder quase 400 bilhões de dólares no dia anterior.
Mas, no último impacto vindo do mundo corporativo, a Hyundai Motor disse que iria suspender gradualmente a produção em suas fábricas na Coreia do Sul por conta de interrupções na cadeia produtiva.
Antes dos últimos números de Hubei, o número de infecções confirmadas na China era de 20.438 e cerca de 200 casos tinham sido reportados por pelo menos 20 países, além de Hong Kong e Macau.
Macau, que também é uma região administrativa especial da China localizada no estuário do Rio Pérola, do lado oposto a Hong Kong, pediu a todos os operadores de cassinos que suspendessem as operações por duas semanas para prevenir a disseminação do coronavírus.
O chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, fez o anúncio enquanto a ex-colônia portuguesa, cujos majestosos cassinos atraem centenas de milhares de apostadores de todo o mundo, relatou 10 casos confirmados do vírus e impôs restrições rígidas a movimentos de entrada e saída de seu território.
O número de infecções na Tailândia saltou para 25, o maior fora da China, enquanto em Cingapura os casos subiram para 24.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o vírus análogo ao da gripe uma emergência global, e especialistas dizem que muito sobre o vírus ainda é desconhecido, inclusive sua taxa de mortalidade e rotas de transmissão.