Coreias debatem questão nuclear – mas nada de consenso
Representantes do Norte e do Sul se reuniram pela segunda vez em dois meses
Negociadores da Coreia do Sul e da Coreia do Norte se reuniram nesta quarta-feira em Pequim para tentar reativar as negociações sobre o fim do programa nuclear do Norte, paralisada há quase três anos. Apesar da iniciativa, as duas partes não conseguiram chegar a um consenso para começar as negociações entre seis interlocutores (China, as duas Coreias, Estados Unidos, Japão e Rússia). Em agosto, o ditador norte-coreano, Kim Jong-Il, já havia se declarado disposto a retomar o diálogo multilateral sobre o desmantelamento de seu programa nuclear em duas ocasiões, em uma visita à China, e em uma viagem à Rússia.
O principal negociador sul-coreano, Wi Sung-Lac, e seu colega norte-coreano, Ri Yong-Ho, encontraram-se em um clube privado da capital chinesa. Esta foi a segunda conversa entre eles em dois meses – em julho, eles se reuniram em Bali (Indonésia). A Coreia do Norte exige a retomada das negociações sem condições de um diálogo sobre o fim das atividades nucleares na península.
“Nós conversamos sobre questões nucleares, e isso é parte do nosso esforço para retomar as negociações entre seis interlocutores. Nós continuaremos a fazer esses esforços no futuro”, disse Wi. O negociador norte-coreano, por sua vez, disse que as conversas foram “construtivas e úteis”, insistindo, contudo, que as negociações entre seis interlocutores devem ser mantidas sem pré-condições.
É nesse ponto que reside o desacordo entre as Coreias. Seul e Washington insistem que Pyongyang deve encerrar suas atividades nucleares, incluindo seu programa de enriquecimento de urânio, antes do início das conversas. O Norte, porém, defende que as negociações devem ter início sem essas condições.
(Com agência France-Presse)