Coreia do Norte se nega a receber cidadãos de seu país que desembarcaram na Coreia do Sul por engano
Quatro tripulantes pediram asilo político e não seriam devolvidos ao vizinho
A Coreia do Norte não aceitou receber das autoridades da Coreia do Sul 27 norte-coreanos que viajavam em uma embarcação que acidentalmente chegou à Coreia do Sul em fevereiro. A decisão, revelada nesta sexta-feira por Seul, foi uma retaliação de Pyongyang por quatro dos tripulantes terem pedido asilo no país vizinho.
A Coreia do Sul notificou a Coreia do Norte na manhã desta sexta-feira de que devolveria 27 norte-coreanos (nove homens e 18 mulheres), mas não os quatro asilados. O comunicado informava que a entrega dos tripulantes seria feita na cidade fronteiriça de Panmunjom às 11 horas (23 horas de quinta pelo horário de Brasília), mas até o meio da tarde a situação estava indefinida.
“Não houve nenhuma resposta por parte do Norte. Esperaremos um pouco mais, mas não para sempre”, indicou uma fonte do governo sul-coreano à agência local Yonhap. O Ministério da Unificação da Coreia do Sul negou que tenha havido algum tipo de coerção para que os norte-coreanos, que chegaram à ilha sul-coreana fronteiriça de Yeonpyeong em 5 de fevereiro, pedissem asilo.
O governo norte-coreano exigiu na quinta-feira o retorno dos 31 tripulantes e acusou Seul de utilizá-los como “reféns” a favor de seus interesses. Seul, por sua vez, assegura que dois homens e duas mulheres expressaram o desejo de ficar na Coreia do Sul por vontade própria, depois de terem sido submetidos, junto com seus companheiros, a um mês de interrogatórios.
Calcula-se que desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53) cerca de 20 mil norte-coreanos tenham desertado para a Coreia do Sul, a maioria através da China. A tensão entre os dois países tem aumentado na última semana depois que, em resposta a exercícios militares sul coreanos, a Coréia do Norte ameaçou “guerra total”.
(Com agência EFE)