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Coreia do Norte reconstrói base de foguetes, e desaponta Trump

Com base em novas imagens feitas por satélite, dois centros de análise, 'retornaram ao seu estado normal de operação'

Por AFP 7 mar 2019, 22h41

O local de lançamento de foguetes que a Coreia do Norte começou a desmontar como parte de sua reaproximação com os Estados Unidos está novamente “operacional”, depois de ter sido rapidamente reconstruído por Pyongyang, correndo o risco de provocar novas tensões após o fracasso da cúpula entre Donald Trump e Kim Jong Un.

Com base em novas imagens feitas por satélite na quarta-feira, 6, dois centros de análise, o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) e o 38 North, afirmam que as instalações do Sohae (ou Tongchang-ri) “retornaram ao seu estado normal de operação”.

Na véspera, dois centros de análise haviam informado, com base em imagens feitas no início de março, uma reconstrução que teria iniciado logo antes ou logo após a cúpula de Hanói, realizada no final de fevereiro, entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano Kim Jong Un.

Esse encontro foi uma tentativa fracassada de concluir um acordo parcial sobre o desarmamento nuclear da Coreia do Norte.

O presidente americano afirmou na quarta-feira que se sentia “muito, muito desapontado” com o líder norte-coreano se essa informação for confirmada.

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Uma advertência reiterada nesta quinta-feira por seu conselheiro para a segurança nacional, John Bolton. “Seria muito, muito decepcionante se eles tiverem tomado esta direção”, declarou no canal Fox News.

“Vamos estudar a situação com atenção. Olhar o que eles estão fazendo”, garantiu, acrescentando ser muito cedo para tirar conclusões definitivas”.

De acordo com especialistas da 38 North, a reconstrução de instalações, incluindo uma plataforma de lançamento e um local para os testes dos motores de foguete, foi feita em “um ritmo muito rápido”.

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No entanto, um alto funcionário americano indicou que os Estados Unidos ainda acreditam na “desnuclearização definitiva da Coreia do Norte” antes do fim do mandato de Trump.

O funcionário afirmou que Washington vai solicitar a Pyongyang “esclarecimentos sobre as razões” para a reconstrução da base e que o governo ainda não havia chegado “a uma conclusão sobre o que está acontecendo no local”.

Uma afronta para Trump

“Isso mostra que a Coreia do Norte pode rapidamente, sem hesitação, tornar reversíveis todas as medidas tomadas para desmantelar seu programa de armas de destruição em massa”, afirmou o CSIS.

“Este é um desafio para o objetivo americano de uma desnuclearização definitiva, irreversível e verificável”, acrescentou.

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Para os especialistas do CSIS, “as ações norte-coreanas são uma afronta à estratégia diplomática do presidente e demonstram o desafio da Coreia do Norte depois da recusa de Trump de levantar as sanções econômicas durante a sua reunião em Hanói”.

Além disso destacaram que a atividade na base continuou apesar do tom conciliatório utilizado por Trump na relação com Kim após o encontro no Vietnã e da decisão americana de reduzir os exercícios militares que realiza todo ano com a Coreia do Sul, aos quais Pyongyang é contrário

As autoridades norte-coreanas criticaram nesta quinta-feira os exercícios militares realizados em parceria pelas duas nações, indicando que seriam “uma violação flagrante das declarações conjuntas da Coreia do Norte de Estados Unidos” informou a agência KCNA.

Kim havia concordado em fechar a base durante uma reunião com o presidente sul-coreano Moon Jae-in em Pyongyang como medida para gerar confiança, e as imagens de satélite registradas em agosto passado davam a entender que havia trabalhadores desmantelando o local de testes de motores.

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O governo norte-coreano utilizou a área em 2012 e 2016 para lançar satélites. Especialistas ocidentais consideram que os lançamentos revelam o desenvolvimento por parte da Coreia do Norte de mísseis intercontinentais capazes de atingir os Estados Unidos.

A diretora da CIA, Gina Haspel, disse em janeiro passado que o regime de Kim Jong Un seguia com a intenção de desenvolver mísseis de longo alcance apesar da negociações sobre desnuclearização com o governo de Trump.

As relações entre Washington e Pyongyang, que experimentaram um aquecimento espetacular no ano passado depois de meses de ameaças atômicas e insultos trocados por Donald Trump e Kim Jong Un, correm o risco de se degradarem rapidamente.

De acordo com o diretor da 38 North, Joel Wit, “muito depende da reação americana”, mas “o perigo é o círculo vicioso, com cada lado tomando decisões que minam o processo em andamento desde a primavera”.

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O especialista teme, em particular, um teste de motor de foguete pelos norte-coreanos, para aumentar a pressão.

Porque se os dois líderes, que exibem sua “alquimia” desde sua primeira cúpula, em Singapura em junho, fingiram se despedir como bons amigos no Vietnã, nenhuma nova reunião entre seus negociadores foi fixada.

O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, disse na segunda-feira que espera poder “enviar uma equipe a Pyongyang nas próximas semanas” para retomar as negociações, embora reconheça que “não obteve qualquer compromisso”.

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