Coreia do Norte reconhece fracasso em lançamento
Foguete explodiu e caiu no mar apenas um minuto depois de levantar voo
Em uma rara admissão de fracasso, o governo da Coreia do Norte reconheceu que o controverso lançamento de seu satélite falhou. O foguete – responsável por aumentar a tensão em toda a península nas últimas semanas – foi disparado nesta sexta-feira, desafiando todas as pressões internacionais contrárias, mas se revelou um estrondoso fiasco e explodiu apenas um minuto depois de levantar voo, caindo no mar logo em seguida.
Custos – O malogro é especialmente constrangedor para o jovem governante Kim Jong-un, que convocou a imprensa internacional para o lançamento e, além de realizar uma demonstração de poder, pretendia homenagear o centenário do avô, Kim Il-Sung, fundador do país. Os custos da ousadia também podem se revelar altos, já que a insistência de Pyongyang no projeto causou o fim da recém-acordada ajuda alimentícia dos EUA ao país, além de ter rendido críticas até da Rússia, sua tradicional aliada.
“Cientistas, técnicos e experts estão agora investigando a causas do fracasso do lançamento”, diz uma declaração divulgada pela agência de notícias estatal Coreia Central. Segundo o Ministério da Defesa sul-coreano, o foguete Unha-3, de 30 metros, foi lançado da base militar de Soehae, no Leste norte-coreano, a 60 km da fronteira com a China. Após um minuto, o artefato se desintegrou e caiu no Mar Amarelo.
É a primeira vez que Pyongyang admite o fracasso de um de seus lançamentos. Em 1998 e em 2009, o regime, então governado por Kim Jong-il, classificou como bem-sucedidos seus testes com satélites, apesar de especialistas internacionais terem afirmado, na época, que eles nunca chegaram a entrar em órbita.
‘Provocação’ – Momentos após o lançamento, Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão já asseguravam o fracasso da empreitada. Apesar do revés no lançamento, o tom de reprovação da comunidade internacional contra a iniciativa da Coreia do Norte não deve diminuir. Nesta sexta-feira, a Casa Branca rotulou a ação como uma “provocação que ameaça a segurança regional”. O Japão, por sua vez, anunciou a intenção de estender as sanções contra o país. Outra organização que condenou o lançamento foi o G8, que reúne as sete nações mais industrializadas do mundo mais a Rússia. O grupo cobrou do Conselho de Segurança da ONU uma “resposta apropriada” à ousadia.
Os Estados Unidos e seus aliados na região sustentam que o disparo era na verdade um teste com míssil balístico, embora Pyongyang insista que o foguete levava apenas um satélite de observação terrestre.
(Com agências EFE e Estado)