Coreia do Norte convida observadores para lançamento de satélite
EUA, Japão e Coreia do Sul condenam a ação, que consideram um míssil disfarçado
A Coreia do Norte anunciou neste sábado que “convidará especialistas em ciência e tecnologia espacial e jornalistas estrangeiros” para assistirem ao lançamento de um satélite que será instalado na órbita da Terra – e que é considerado pelos Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão como um míssil de teste disfarçado. Segundo a agência oficial KCNA, os observadores poderão ir para a área de lançamento e a outros lugares durante a visita.
O Comitê Coreano de Tecnologia Espacial, responsável pelo satélite, anunciou na sexta-feira que, entre os dias 12 e 16 de abril, o foguete Unha-3 enviará ao espaço o satélite de observação Kwangmyongsong-3, por ocasião do centenário de nascimento do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-Sung. O anúncio causou alarme internacional, embora o regime garanta que o objetivo é civil.
A agência oficial KCNA declarou que os equipamentos são necessários para o desenvolvimento econômico do país e fazem parte das “atividades pacíficas espaciais”.
Para Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, o satélite seria um teste encoberto de míssil balístico, em aberta violação das resoluções da ONU. “O lançamento de um míssil dessas características seria uma ameaça para a segurança regional. Seria, ainda, inconsistente com o compromisso norte-coreano de se abster de lançamentos de projéteis de longo alcance”, disse a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, em um comunicado.
Contexto – A Coreia do Norte utilizou argumento semelhante quando lançou um “satélite” no dia 5 de abril de 2009, provocando a condenação do Conselho de Segurança da ONU e um reforço das sanções contra Pyongyang.
No fim de fevereiro, o país aceitou suspender seus testes com mísseis em um acordo que prevê a doação, pelos Estados Unidos, de 240 mil toneladas de ajuda alimentar.
O secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu na sexta-feira a Pyongyang que “repense a sua decisão” de lançar o foguete, dizendo-se “muito preocupado” com as possíveis consequências. Ele reiterou o apelo para que a Coreia do Norte cumpra totalmente com as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, principalmente quanto à resolução de 2009, que proíbe o país de realizar testes nucleares ou balísticos.
Pyongyang multiplica por 20 seus mísseis de longo alcance.
(Com agência France-Presse)