Coreia do Norte coloca americano em ‘prisão especial’
Kenneth Bae foi condenado por tentar derrubar o regime, segundo o governo
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Da Redação
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15 maio 2013, 12h22
Kenneth Bae, de 44 anos, foi condenado a 15 anos de trabalhos forçados (Reuters/VEJA)
A Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira que o cidadão americano Kenneth Bae está em uma “prisão especial” depois de ser condenado a 15 anos de trabalhos forçados por supostos crimes contra o estado comunista. O governo norte-coreano, citado hoje pela agência KCNA, disse que Bae ingressou no centro especial ontem, mas não deu mais detalhes sobre a natureza do local ou sobre o regime de internação.
Em 30 de abril, a Suprema Corte norte-coreana sentenciou Kenneth Bae a 15 anos de trabalhos forçados por violar o artigo 60 da Constituição do país comunista, dedicado a crimes com o objetivo de “derrubar o regime”. Segundo a imprensa sul-coreana, o americano preso, que também é conhecido como Bae Jun-ho, chegou ao país no dia 1º de novembro de 2012 pela cidade de Rason (nordeste) e na companhia de outros cinco turistas.
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Após ser localizado pelas autoridades norte-coreanas, o americano foi detido. Posteriormente, após a apresentação das provas, o americano admitiu sua autoria, segundo o regime de Kim Jong-un.
Nos últimos anos, a Coreia do Norte deteve vários cidadãos americanos, que foram libertados após longas e confusas negociações, sendo que algumas delas chegaram a contar com a participação de ex-presidentes americanos, como Bill Clinton ou Jimmy Carter.
Em maio, após tomar conhecimento dessa decisão da justiça norte-coreana, o governo dos Estados Unidos pediu ao regime de Kim Jong-un para anistiar e libertar imediatamente o guia turístico americano, manifestando sua preocupação com a “falta de transparência” do sistema judiciário do país asiático.
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1. Hwasong-5 e Hwasong-6
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(Jung Yeon-Je/AFP/VEJA)
O míssil Hwasong-5, desenvolvido na década de 1980 na Coreia do Norte, é uma versão baseada na tecnologia do míssil soviético Scud - que, por sua vez, é derivado de um foguete alemão V2, usado na II Guerra Mundial. Esses mísseis costumam carregar ogivas convencionais, mas também ter capacidades químicas, biológicas e nucleares. À época, Pyongyang realizou vários testes do Hwasong-5, que tem um alcance de aproximadamente 300 quilômetros, até lançar depois o Hwasong-6, com alcance de 500 quilômetros. Assim, passou a ter capacidade para atingir alvos na Coreia do Sul.
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2. Nodong
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(Reprodução/VEJA)
O míssil Nodong é uma versão melhorada do Scud, com alcance potencial de 1.300 quilômetros - distância que permitiria à Coreia do Norte atingir o Japão e o Taiwan. Em 1993, foi realizado um teste com o míssil, mas ele seguiu por 500 quilômetros antes de cair no Mar do Japão. Apesar dos problemas técnicos, o projeto causou preocupação internacional, porque o míssil teria capacidade para carregar uma ogiva nuclear. No ano seguinte a este teste, a Coreia do Norte deixou de ser membro da Agência Internacional de Energia Atômica, órgão que integrava há duas décadas.
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3. Taepodong-1 e Taepodong-2
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(Pedro Ugarte/AFP/VEJA)
O míssil Taepodong -1, anunciado nos anos 1990, alimentou ainda mais as ambições da Coreia do Norte - ele teria um alcance médio de 2.500 quilômetros. O país chegou a dispará-lo contra o Japão, mas o míssil acabou caindo no Oceano Pacífico. O alcance da versão 2 seria de aproximadamente 6.700 quilômetros - o suficiente para atingir o Alaska.
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4. Musudan
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(Ed Jones/AFP/VEJA)
O míssil Musudan tem um alcance intermediário, estimado em mais de 3.000 quilômetros - um raio de ação que poderia atingir a Coreia do Sul, o Japão e até a ilha americana de Guam, localizada a 3.200 quilômetros da Coreia do Norte. Acredita-se que este míssil nunca foi testado. Há rumores de que houve um teste no Irã nos anos 2000, mas a informação não foi confirmada.
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5. KN-08
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(AP/VEJA)
O míssil KN-08, cuja existência foi anunciada em abril de 2012, tem um alcance elevado e foi desenvolvido para carregar armas nucleares. Pyongyang afirma que o míssil pode alcançar até 9.656 quilômetros, colocando, dessa forma, Los Angeles na mira. No entanto, esse modelo nunca foi testado, e não é possível saber se ele funciona - o KN-08 precisaria de testes rigorosos para de fato funcionar. Não se sabe nem sequer se o modelo exibido é verdadeiro. Mesmo assim, é alvo de atenção, especialmente nos EUA, onde as fontes também divergem sobre a capacidade do míssil de atingir o território americano.
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6. Arma nuclear
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(AFP/VEJA)
Em fevereiro, a Coreia do Norte confirmou ter realizado o terceiro teste nuclear - subterrâneo - da história do país. Estados Unidos e Japão enviaram à região aviões com sensores de radiação para avaliar a extensão da detonação e afirmaram que este teste foi mais poderoso do que os dois anteriores - em 2006 e 2009. A explosão teria uma potência entre seis e sete quilotons - inferior à bomba de dezessete quilotons lançada sobre Hiroshima, em 1945. Ao realizar o teste, a Coreia do Norte não ignorou apenas as reiteradas advertências da ONU e de potências como Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, mas também desrespeitou uma clara orientação da China - que pode decidir cortar sua ajuda a Pyongyang, caso o regime de Kim Jong-un siga com suas ameaças.