Congresso da Colômbia ratifica acordo de paz com as Farc
Novo texto foi aprovado após modificações e não será submetido a referendo popular, como a versão anterior
A Câmara dos Deputados da Colômbia ratificou por unanimidade o novo acordo de paz entre o governo e o grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), na noite de quarta-feira, após aprovação prévia do Senado. O texto foi renegociado depois do fracasso do referendo de 2 de outubro, no qual a maioria da população votou pelo “não” ao acordo.
A nova versão do documento, que põe fim a 52 anos de conflito armado, inclui propostas de grupos críticos ao texto original, desenvolvido pelo governo do presidente Juan Manuel Santos após quatro anos de negociações com as Farc. Com pressão da oposição, o texto havia sido rejeitado no referendo por conter pontos polêmicos, como uma suposta anistia a crimes cometidos por guerrilheiros.
Apesar da derrota nas urnas, Santos venceu o Prêmio Nobel da Paz de 2016 e aceitou renegociar o acordo com as Farc em novos termos. Desta vez, porém, o presidente decidiu não submeter o texto à aprovação popular e deixá-lo somente nas mãos do Congresso.
Representada pelo partido de direita Centro Democrático, do ex-presidente e atual senador Álvaro Uribe, a bancada da oposição optou por abandonar a sala momentos antes da votação, como havia feito na véspera, quando o acordo de paz foi referendado pelo Senado. Em uma postagem no Twitter, Uribe comentou atitude do Congresso era uma tentativa de substituir uma decisão popular.
A nova decisão foi celebrada imediatamente nas redes sociais pelo presidente Santos como um “histórico apoio” à paz. Comemorando a aprovação, Santos disse que hoje é “o Dia D” para a Colômbia e que agora se dá início ao processo “pós-acordo”. Nessa fase, serão implementados os itens negociados, como a entrega de armas pelos guerrilheiros. Será cumprido um cronograma para que, até o dia 30 de dezembro, todos os membros das Farc estejam em uma “zona de transição”, onde será feito o recolhimento das armas.
(Com AFP e ANSA)