Um tiroteio entre a polícia do Iêmen e separatistas do sul nesta sexta-feira matou três pessoas e feriu outras 18, num momento em que manifestantes de todo o país protestam contra um plano de conceder imunidade judicial ao presidente, informaram fontes médicas e da polícia.
“Dois manifestantes foram mortos e outros 15 ficaram feridos”, indicou um funcionário médico do hospital Naqib, na cidade de Aden, no sul do país.
Um responsável da segurança informou que “Zaid Muthana al-Harithi, um policial, foi morto a tiros”.
Mohammed al-Abadi, um ativista do Movimento separatista do Sul afirmou mais cedo que “Shakib Suleiman Hassan e um homem idoso foram mortos e que outros 10 manifestantes ficaram feridos quando a polícia abriu fogo em uma manifestação” no distrito de Khor Maksar, em Aden.
Testemunhas disseram que a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo e atirou contra os manifestantes que protestavam para pedir a secessão e rejeitar um plano mediado pelo Golfo que concede ao presidente Ali Abdullah Saleh imunidade contra processos quando ele renunciar.
Homens armados entre os manifestantes revidaram, segundo as mesmas fontes.
Mais tarde, durante a tarde, testemunhas afirmaram que as forças policiais – que afirmaram ter agido devido à “sensibilidade do local” – retomaram o controle de Al-Arud, onde a manifestação ocorreu.
A praça é localizada perto de consulados, de escritórios da ONU e de gabinetes de segurança, informou um policial à AFP. “Permitimos que eles se reunissem no início, mas depois eles começaram a se espalhar, então tivemos que intervir”.
Os manifestantes do Movimento do Sul também exigiram a separação no aniversário dos confrontos internos, de 13 de janeiro de 1986, entre facções do Partido Socialista do Iêmen, que governou o sul do Iêmen – um estado independente na época.
“O Movimento do Sul está boicotando as próximas eleições presidenciais em todas as províncias do sul”, era possível ler em seus cartazes. “A Iniciativa do Golfo não nos diz respeito”.
Baseado em um plano do Golfo, Saleh permanecerá como presidente honorário até o dia 21 de fevereiro, quando o vice-presidente Abdrabuh Mansur Hadi irá substituí-lo oficialmente.
“Os sulistas afirmam que rejeitam as eleições e a Iniciativa do Golfo e se agarram a sua demanda para a secessão do sul”, afirmou Khaled Awadh, um ativista do Movimento do Sul e um dos organizadores.
Enquanto isso, dezenas de milhares de pessoas protestaram em Sanaa e em 17 outras províncias pedindo unidade entre os iemenitas e rejeitando o acordo de imunidade.
“Não norte. Não sul. Nossa unidade está em nossos corações”, diziam seus cartazes. “Os iemenitas decidiram, eles devem ser libertados”.